"A
presidente não se dignou a olhar nos olhos dos brasileiros para tentar entender
minimamente o que estava acontecendo."
O
senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, considerou “patético” o
pronunciamento feito pelos ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel
Rossetto, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, Nesse domingo, 16, após os
protestos realizados em diferentes cidades brasileiras contra o governo do PT.
Ele também criticou o fato de a presidente Dilma Rousseff não ter se dirigido
diretamente à população.
“A
presidente não se dignou a olhar nos olhos dos brasileiros para tentar entender
minimamente o que estava acontecendo. Escalou dois ministros que parece que não
estavam no Brasil ou não estavam sequer no planeta Terra neste último dia, que
não entenderam absolutamente nada”, falou em entrevista à Rádio Gaúcha, de
Porto Alegre.
Aécio
voltou a dizer que as manifestações não foram encabeçadas por nenhum partido
político. Segundo ele, os atos representam o sentimento de insatisfação dos
brasileiros – não somente daqueles que votaram no PSDB – com uma série de
questões como a corrupção e a precariedade do serviço público. “Quanto mais
distante estiver o governo deste sentimento da sociedade brasileira, mais
difícil será governar daqui por diante”, disse.
De
acordo com o tucano, golpe militar é algo inaceitável, mas todas as
manifestações que respeitem a democracia são válidas. “O impeachment demanda de
dois componentes: um de ordem política, que não está longe de ocorrer, expresso
por insatisfação generalizada da população brasileira. Já do ponto de vista
jurídico, ainda não está colocado. Mas impeachment é uma previsão
constitucional. As pessoas do governo acham que falar simplesmente em
impeachment não é golpe”, afirmou. Aécio ponderou, no entanto, que não torce
para o impeachment de Dilma. “Esta não é uma agenda dos partidos de oposição.”
Sobre
o pacote anticorrupção que, segundo os ministros, será anunciado nos próximos
dias, Aécio avaliou que não será suficiente para solucionar o problema e que a
presidente deveria, primeiramente, optar por colocar pessoas sérias e honradas
no governo. “Não é uma lei que vai acabar com a corrupção no Brasil”, falou.
Ele também disse que Dilma tem a “responsabilidade e a obrigação” de se dirigir
aos brasileiros, reconhecer os erros e mudar. “Fazer um mea-culpa é em qualquer
situação o primeiro ponto para você mostrar sinceridade na mudança de rumo”,
disse.
Aécio
reconheceu que, se tivesse sido eleito, enfrentaria dificuldades para governar
o País, dada a situação da economia. “Mas nós teríamos uma vantagem enorme com
relação ao atual governo, porque nós dissemos a verdade durante a campanha
eleitoral. Nosso governo seria o governo da previsibilidade”, afirmou. “Esse
governo vive uma crise de desconfiança que o nosso não viveria.”
O
presidente do PSDB ainda contou que pretende reunir amanhã em Brasília algumas
lideranças do PSDB e de outros partidos de oposição para redefinirem a agenda
do Congresso e fazer “uma avaliação serene” sobre o que está acontecendo no
cenário nacional.
Fonte:
Terra
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