Henrique
Baltazar participou de acordo com 'porta-vozes' dos presos. Detentos prometeram
cessar onda de rebeliões e ataques no Estado.
Está
encerrada a onda de rebeliões no sistema prisional do Rio Grande do Norte. Foi
o que garantiram cinco porta-vozes do movimento responsável por motins em 14
das 33 unidades prisionais potiguares durante uma negociação na tarde desta
quarta-feira (18) com representantes da Justiça, Ministério Público e Comissão
de Direitos Humanos. O encontro aconteceu na Penitenciária Estadual de Alcaçuz,
em Nísia Floresta, a maior do estado.
As
informações são do juiz titular da Vara de Execuções
Penais, Henrique Baltazar, que participou da negociação em
Alcaçuz. "As reivindicações deles foram relacionadas ao acompanhamento dos
processos penais para ver quem tem direito a benefícios, tratamento de
familiares e alimentação oferecida nos presídios", explica Baltazar.
Ficou
acertado com os apenados que eles realizariam uma limpeza das celas, retirando
barras de ferro e armas artesanais. "Pela manhã, a Polícia Militar e
agentes penitenciários realizarão uma vistoria nos presídios", acrescenta.
Os presos também garantiram o fim das rebeliões nas demais unidades prisionais
e que não ocorreriam mais ataques nas ruas de Natal. Na segunda-feira (16),
quatro ônibus foram incendiados a partir de ordens que supostamente partiram
dos presídios.
Colocada
como uma das principais reivindicações dos detentos durante a onda de
rebeliões, a saída de diretores de presídios não foi tratada na negociação.
"Foi a primeira coisa que os presos falaram. Nos disseram que sabiam da
impossibilidade de negociar nomes e que o assunto seria evitado", afirma o
juiz, que soube do interesse dos detentos em negociar por meio de uma ligação
de um membro da pastoral carcerária.
"Um
membro da pastoral carcerária recebeu a ligação de um preso, me ligou e
repassou o contato. Liguei, falei com o preso e fui ao local acompanhado da
Comissão de Direitos Humanos e do Ministério Público", detalha.
Sobre
as reivindicações, o juiz conta que vai tratar com a Defensoria Pública do
Estado o acompanhamento dos processos e com a Secretaria de Justiça e Cidadania
(Sejuc) os pontos relacionados à alimentação e tratamento de familiares.
G1
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