Sem
o ministro Rosseto, cujo discurso beligerante marcou pronunciamento de domingo,
Cardozo e Eduardo Braga enfatizam promessa de diálogo.
Depois
da reunião entre a presidente Dilma Rousseff, o vice Michel Temer e outros nove
integrantes do primeiro escalão nesta segunda-feira, os ministros da Justiça,
José Eduardo Cardozo e de Minas e Energia, Eduardo Braga, foram escalados para
falar com a imprensa a respeito dos protestos de 15 de março. Sem novidades, o
pronunciamento serviu apenas para um ajuste no tom: a dupla adotou uma postura
mais moderada e repetiu a palavra “humildade” diversas vezes. Era o objetivo de
Dilma ao substituir o petista Miguel Rossetto, cujas declarações beligerantes
marcaram o pronunciamento do domingo, acompanhado por novo panelaço. Mais
experiente, o peemedebista Braga já foi líder do governo no Senado.
Durante
a entrevista, Cardozo afirmou que o pacote anticorrupção do governo deve ser
anunciado até o fim da semana. As propostas, que dependerão do aval do
Congresso, incluem a criminalização do caixa dois e do enriquecimento
injustificado de agentes públicos.O ministro também enfatizou a promessa de
diálogo com todos os setores da sociedade, que já havia sido feita outras vezes
pelo governo em momentos de crise. Segundo Cardozo, agora o compromisso é para
valer. “A ideia do diálogo não é algo retórico. É algo real e substantivo. Nós
queremos dialogar com todas as forças políticas para que possamos encontrar
convergências”, disse.
Apesar
da mudança de tom, a autocrítica não veio. Cardozo sustentou, por exemplo, que
a crise econômica atual se deu porque o governo promoveu medidas anticíclicas
para evitar os efeitos da turbulência internacional sobre o Brasil. “Esse
caminho foi absolutamente correto. Agora, há um momento em que se a economia
não chega a um patamar que nós achamos que poderia ter chegado, temos que
adequar às circunstâncias”, disse Cardozo. Braga afirmou o mesmo, embora tenha
dito que “só não erra quem não faz”.
Cardozo
e Braga distribuíram obviedades sobre temas importantes, como a reforma
ministerial (“Quando e se a presidente se convencer de que tem de ter mudança,
ela o fará”, disse o ministro da Justiça) e o esforço do governo para acertar
(“Há uma distância muito grande entre aqueles que querem acertar e aqueles que
defendem a política do quanto pior melhor”), afirmou Eduardo Braga.
Fonte:
VEJA
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