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domingo, 28 de abril de 2013

Militares trabalham em condições precárias em Umarizal, exemplo do descaso com a segurança pública

Umarizal, localizado na região Oeste do Rio Grande do Norte, é apenas um dos tantos exemplos do enorme descaso com a segurança pública por parte do Estado.
A situação, porém, não é de agora, e tem passado de governo a governo, sem que nenhum governante adote uma política séria e eficaz para a melhoria de um dos serviços essenciais do Poder Público, que é o de segurança pública.
No Município do ex-senador Zezito Martins, a Polícia Militar está presente com um Pelotão Destacado. Mas, na prática, esta subunidade está distante de funcionar como deveria, e mais parece um mal cuidado Destacamento de Polícia Militar.


Se antes o Pelotão Destacado da PM de Umarizal funcionava num prédio de situação física precaríssima, é verdade que, neste ponto, até houve uma pequena melhora quanto às instalações físicas da unidade.

Os policiais militares, aproveitando-se que um prédio do Estado, onde antes funcionava uma escola, ficou vago, mudaram a subunidade para este imóvel, que é mais espaçoso e um pouco melhor conservado.

As melhorias, porém, param por aí. Na sede da PM de Umarizal não há mobiliário adequado nem equipamentos simples, necessários para que a Polícia possa realizar um trabalho mais satisfatório.

Na sala do comando do Pelotão Destacado da PM de Umarizal há dois computadores, se é que tais instrumentos ainda podem ser assim denominados, dada a péssima qualidade de ambos.

Um dos computadores está posto sobre um birô (ou mesa de trabalho) que não tem as “pernas originais”. Para ser mantido em pé, o birô se apoia em duas cadeiras, que também são bastante envelhecidas.



No Pelotão, há apenas uma impressora, da espécie popularmente conhecida como jato de tinha e que muito comumente tem problema, sem falar que nem sempre há cartucho de tinta para que seja feita a reposição.

A olho nu, percebe-se que a impressora é bastante antiga, de muito tempo de uso, e uma linha de fabricação que, em se tratando de produto de informática, já pode ser considerada como demasiadamente ultrapassada.

E, para terem a internet, indispensável em dias de hoje para o serviço público de segurança, o Pelotão da PM de Umarizal recebe a ajuda de uma empresa, que paga a um provedor de internet para fornecer o serviço via rádio à sede do Pelotão.


Segundo o comandante da subunidade, Sub-Tenente PM Monteiro, que autorizou que fossem feitas as fotografias que ilustram a postagem, a agência do Banco do Brasil de Umarizal prometeu fazer a doação de dois computadores.

Sem contar com uma pessoa do Estado para fazer a limpeza do local e a alimentação dos policiais, estes pagam com recursos próprios a uma auxiliar de serviços gerais, que também atua como cozinheira.

O número de policiais lotados no Pelotão da PM de Umarizal também é diminuto. Apesar de ter sido aumentado para doze policiais, ficam apenas quatro policiais por dia de trabalho.

Ocorre que, por causa das necessárias férias de cada policial, na maior parte do ano ficam apenas três policiais de serviço por dia, para garantir a segurança de um Município de mais de onze mil habitantes, com uma zona rural relativamente grande e de muitos problemas de violência constatados nos últimos anos.

Polícia Civil também funciona precariamente no Município
Em Umarizal, a segurança pública como um todo é exemplo da falta de atenção que este serviço recebe em todo o Estado. Além da Polícia Militar, a Polícia Civil também funciona em situação precária.

Além de não ter uma Delegacia dentro dos padrões mínimos exigíveis, vez por outra falta delegado titular no Município, que passa a ficar sob o comando do titular da Sétima Delegacia Regional de Polícia Civil, com sede em Patu.

O efetivo de agentes de polícia civil também é reduzido em Umarizal, e um policial militar cedido à Polícia Civil faz o trabalho de escrivão, a exemplo do que ocorre em várias outras
Delegacias de Polícia de outros Municípios.

Município não tem carceragem
Se em Mossoró, o segundo maior e mais importante Município do Rio Grande do Norte, não há atualmente onde possa ser recolhido um preso, dada a interdição do Complexo Estadual Penal Agrícola Mário Negócio e da Cadeia Pública, o que dizer então de Umarizal?

Quando, até há alguns anos atrás, o Pelotão da PM e a Delegacia de Polícia Civil funcionavam – precariamente – num mesmo prédio, lá existia uma carceragem, com algumas celas, que serviam para recolher ao menos presos provisórios.

Agora, nem a atual sede do Pelotão da PM tem qualquer cela – e não deveria ter mesmo – nem a Delegacia de Polícia Civil dispõe de algum lugar adequado ao recolhimento de um preso, mesmo que por pouco tempo.

Quando alguém é preso em Umarizal, é levado de imediato para o Centro de Detenção Provisória – CDP de Patu, ou para a Cadeia Pública de Caraúbas.

O problema é que, com a crise no sistema carcerário da região Oeste, que já viu fechar o Centro de Detenção Provisória – CDP de Alexandria e agora sofre com a interdição de duas unidades prisionais de Mossoró, o CDP de Patu e o Presídio Provisório de Caraúbas estão sempre superlotados.

E não se pode esquecer que o CDP de Patu nada é mais do que uma antiga carceragem da 7ª Delegacia Regional de Polícia Civil, que sofreu a redução no número de celas (de cinco para duas) e não dispõe sequer de uma área destinada a banho de sol dos presidiários.

Do O Messiense / Retrato do Oeste

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