"Qualquer citação que possa ser
negativa, eu não sou ingênuo, nem nossos ouvintes nem ninguém, claro que constrange",
disse Eliseu Padilha na manhã desta segunda-feira
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu
Padilha, admitiu na manhã desta segunda-feira que menções ao ministro do
Turismo, Henrique Eduardo Alves, feitas no âmbito das investigações da Operação
Lava Jato, "constrangem o governo". "Eu não sou ingênuo, é claro
que constrange", disse o ministro, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Nesta segunda, reportagem do jornal Folha de
S. Paulo revelou o teor do despacho em que o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, pede a abertura de inquérito para
apurar a participação de Alves e do presidente afastado da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), no petrolão. Nele, Janot afirma que Alves atuou em favor da
OAS em troca de recursos para a campanha ao governo do Rio do Grande do Norte,
em 2014, da qual saiu derrotado.
Padilha também afirmou que, na primeira
reunião ministerial do governo interino, Temer avisou que não se furtaria a
demitir ministros emparedados pelas investigações. "Ele [Temer] esperava
que os ministros saíssem para evitar que ele os demitisse - porque ele ia
demitir. Isso foi dito pelo presidente [interino]", afirmou Padilha.
O ministro também sinalizou que Temer deve se
pronunciar ainda hoje sobre a situação de seus ministros. Além de Alves, também
estão sob pressão a secretária das Mulheres, Fátima Pelaes, alvo de
investigação na Justiça Federal por suspeita de participação em um esquema de
desvio de 4 milhões de reais; e o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório,
alvo de reclamações de ministros do Palácio do Planalto.
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(Da redação)
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