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terça-feira, 18 de março de 2014

Ministério Público gasta R$ 800 mil em prédio usado hoje para consumo de drogas!

Moradores denunciam lixo, desperdício e insegurança de prédio abandonado pelo Ministério Publico do Rio Grande do Norte ainda em 2008.
Lixo, insegurança, presença constante de usuários de drogas, desperdício de dinheiro público. Quem passa em frente ao prédio abandonado localizado no cruzamento da Avenida Deodoro da Fonseca com a Rua José de Alencar, no Centro de Natal, encontra tudo isso. Só não vê a presença do principal fiscal dos bens públicos, o Ministério Público do Rio Grande do Norte, dono do prédio e responsável pelo abandono dele há cerca de seis anos.

Segundo moradores e comerciantes da região, o prédio foi comprado pelo MP em 2008, mas jamais sediou qualquer promotoria, até porque, algumas delas, como as do Meio Ambiente e Defesa do Consumidor, estão instaladas a cerca de 500 metros dali, em um imóvel na Rua Floriano Peixoto. O prédio foi, basicamente, comprado e fechado, conformes os vizinhos relembraram.
“Antes era uma clínica, mas desde que fechou, nunca serviu para nada. Bem no Centro da cidade, uma localização privilegiada, um prédio desse tamanho, fica aí, abandonado. É muito desperdício. Só serve para vagabundo”, ressalta o vendedor Francisco Balbino, que trabalha na Deodoro da Fonseca desde antes do prédio ser abandonado pelo Ministério Público.

O prédio, realmente, se destaca. São três andares, 12 vagas de estacionamento, vizinho a dois tradicionais colégios de Natal, o Marista e o Cade. Uma estrutura imponente vista de longe, que facilmente justificaria o valor investido pelo MP, cerca de R$ 800 mil. Quando se chega perto, no entanto, a realidade é outra. O prédio, do lado de fora, é tomado pela sujeira. São garrafas de água e de bebida alcoólica, mato, lixo, restos de comida e metralha. Na fachada, pichações. Muitas pichações.

Os buracos nos tapumes colocados na entrada do prédio e nas janelas permitem ver dentro do prédio – e a vista não agrada nenhum pouco. Água empoçada, infiltrações no teto (quase todo destruído, sem a cobertura de telhas), paredes podres e ainda mais lixo. “Esse lugar é muito usado para consumo de droga. O povo invade pelos tapumes, entra e fica lá dentro”, conta Balbino.

Na Rua José de Alencar, o vizinho reclama muito mais. Denuncia que são comuns, também, os arrombamentos aos carros que estacionam nas vagas de frente ao prédio. “É constante. Parou aí, o povo arromba para levar o som. Na semana antes do carnaval, arrombaram dois carros. O povo denuncia, a Polícia vem aqui, mas não pode fazer muita coisa”, conta o funcionário de uma gráfica localizada ao lado ao imóvel abandonado.

Segundo ele, as poucas ações que os “proprietários do imóvel” – ou seja, o Ministério Público – costumam fazer é consertar os tapumes. “Tapam tudo, mas depois de pouco tempo, um mês ou dois, o povo vem e abre tudo de novo para ficar aí dentro usando drogas. Veja lá. Fecharam em dezembro ou foi em janeiro. Olhe como já está”, afirmou o funcionário, apontando para o prédio que tinha quatro janelas arrombadas e um buraco no tapume colocado na entrada principal, no térreo.

A consequência do imóvel abandonado pelo MP, além da insegurança e do desperdício, é também o prejuízo para os imóveis vizinhos. A gráfica, por exemplo, precisa investir em segurança privada para amenizar os riscos de arrombamento. “Temos que colocar cerca elétrica, arame farpado, câmeras. Tudo isso para evitar que as pessoas pulem daí (do prédio do MP), para cá. Não é barato”, afirmou ele, sem dizer, exatamente, o quanto é gasto.
Portal no Ar

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