Moradores denunciam lixo, desperdício e
insegurança de prédio abandonado pelo Ministério Publico do Rio Grande do Norte ainda em 2008.
Lixo, insegurança, presença constante de
usuários de drogas, desperdício de dinheiro público. Quem passa em frente ao
prédio abandonado localizado no cruzamento da Avenida Deodoro da Fonseca com a
Rua José de Alencar, no Centro de Natal, encontra tudo isso. Só não vê a
presença do principal fiscal dos bens públicos, o Ministério Público do Rio
Grande do Norte, dono do prédio e responsável pelo abandono dele há cerca de
seis anos.
Segundo moradores e comerciantes da
região, o prédio foi comprado pelo MP em 2008, mas jamais sediou qualquer
promotoria, até porque, algumas delas, como as do Meio Ambiente e Defesa do
Consumidor, estão instaladas a cerca de 500 metros dali, em um imóvel na Rua
Floriano Peixoto. O prédio foi, basicamente, comprado e fechado, conformes os
vizinhos relembraram.
“Antes
era uma clínica, mas desde que fechou, nunca serviu para nada. Bem no Centro da
cidade, uma localização privilegiada, um prédio desse tamanho, fica aí,
abandonado. É muito desperdício. Só serve para vagabundo”, ressalta o vendedor
Francisco Balbino, que trabalha na Deodoro da Fonseca desde antes do prédio ser
abandonado pelo Ministério Público.
O
prédio, realmente, se destaca. São três andares, 12 vagas de estacionamento,
vizinho a dois tradicionais colégios de Natal, o Marista e o Cade. Uma estrutura
imponente vista de longe, que facilmente justificaria o valor investido pelo
MP, cerca de R$ 800 mil. Quando se chega perto, no entanto, a realidade é
outra. O prédio, do lado de fora, é tomado pela sujeira. São garrafas de água e
de bebida alcoólica, mato, lixo, restos de comida e metralha. Na fachada,
pichações. Muitas pichações.
Os
buracos nos tapumes colocados na entrada do prédio e nas janelas permitem ver
dentro do prédio – e a vista não agrada nenhum pouco. Água empoçada,
infiltrações no teto (quase todo destruído, sem a cobertura de telhas), paredes
podres e ainda mais lixo. “Esse lugar é muito usado para consumo de droga. O
povo invade pelos tapumes, entra e fica lá dentro”, conta Balbino.
Na
Rua José de Alencar, o vizinho reclama muito mais. Denuncia que são comuns,
também, os arrombamentos aos carros que estacionam nas vagas de frente ao
prédio. “É constante. Parou aí, o povo arromba para levar o som. Na semana
antes do carnaval, arrombaram dois carros. O povo denuncia, a Polícia vem aqui,
mas não pode fazer muita coisa”, conta o funcionário de uma gráfica localizada
ao lado ao imóvel abandonado.
Segundo
ele, as poucas ações que os “proprietários do imóvel” – ou seja, o Ministério
Público – costumam fazer é consertar os tapumes. “Tapam tudo, mas depois de
pouco tempo, um mês ou dois, o povo vem e abre tudo de novo para ficar aí
dentro usando drogas. Veja lá. Fecharam em dezembro ou foi em janeiro. Olhe
como já está”, afirmou o funcionário, apontando para o prédio que tinha quatro
janelas arrombadas e um buraco no tapume colocado na entrada principal, no
térreo.
A
consequência do imóvel abandonado pelo MP, além da insegurança e do
desperdício, é também o prejuízo para os imóveis vizinhos. A gráfica, por
exemplo, precisa investir em segurança privada para amenizar os riscos de
arrombamento. “Temos que colocar cerca elétrica, arame farpado, câmeras. Tudo
isso para evitar que as pessoas pulem daí (do prédio do MP), para cá. Não é
barato”, afirmou ele, sem dizer, exatamente, o quanto é gasto.
Portal no Ar
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