Para
especialistas, a mulher não deve encarar a maternidade como a única função a
desempenhar na vida.
Com
receio de que o novo parceiro desista da relação, muitas mulheres passam a dar
mais atenção ao namorado do que ao próprio filho, fruto de uma união anterior.
E o resultado dessa negligência pode causar sequelas devastadoras na vida de
uma criança, especialmente na das mais novas, muito dependentes e ligadas à
figura materna.
"O
medo feminino é pertinente", diz a psicopedagoga e terapeuta familiar
Edith Rubinstein. Porém, por conta dessa dificuldade em se dividir nos papéis
de mãe e companheira, várias mulheres que se separam com filhos pequenos ficam
muito tempo sem namorar. Para algumas, não há dilema: o filho vem em primeiro
lugar e pronto. Mas nem sempre é assim.
Segundo
a psicóloga clínica Susana Orio, outra forma de negligência acontece quando
mães separadas dão mais atenção aos filhos do segundo casamento do que para os
nascidos da sua primeira união. Seja qual for o caso, é importante tentar
preservar as emoções infantis.
"Quando
a mãe ou o pai decidem formar uma nova constituição familiar, devem tomar muito
cuidado para isso não confundir nem abalar a criança. É preciso explicar a
situação com clareza e, principalmente, ouvir o que ela tem a dizer, sem
recriminações", declara Susana.
Direito
a um novo amor
Para
as especialistas, é óbvio que a mulher não deve encarar a maternidade como a
única função a desempenhar na vida. Todas têm o direito de reconstruir sua vida
amorosa e viver um relacionamento pleno e satisfatório. Ainda assim, uma nova
relação não pode interferir no papel de mãe. E a criança deve ser preparada
para a entrada de uma nova pessoa em sua vida.
"É
claro que um parceiro traz bem-estar e satisfação pessoal à mulher. É um
desafio para ela equacionar o amor e o tempo entre ele e o filho", afirma
Edith, que sugere a quem vem atravessando esse conflito que não pense apenas no
presente, mas nas consequências das experiências vividas ou não-vividas pela
criança em seu processo de formação.
"É
preciso se manter bem atenta, conversar com os filhos, preparar e explicar para
eles essa nova relação. É importante também dar um tempo para estabelecer esse
novo relacionamento para não ser precipitada e fazer com que a criança passe
por diversas situações de separações que vão levá-la a momentos de dificuldades
e medo para aceitar a nova realidade", comenta Susana Orio.
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