Nesta
quarta-feira, 10 de outubro, aproximadamente 1,5 mil gestores municipais
lotaram o auditório Petrônio Portela, do Senado Federal, para a Mobilização
Municipalista Permanente. A crise financeira que boa parte dos prefeitos
enfrenta foi tema de toda a manhã. Deputados e senadores estiveram presentes
para ouvir as reivindicações. O presidente da Confederação Nacional de
Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, lidera o movimento.
Após
horas de debate, com a apresentação de estudos da CNM que comprovam a crise,
alguns prefeitos fizeram relatos da situação das prefeituras. O documento
elaborado pela Confederação foi aprovado por unanimidade pelos presentes e será
entregue à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, em reunião que
ocorre também nesta tarde.
No
documento, todas as causas da crise foram identificadas. Os gestores não sabem
como fechar as contas da prefeitura e querem ajuda do governo federal. O motivo
deste desequilíbrio econômico não é simplesmente a queda da receita, que é
muito expressiva, mas principalmente a imposição de novas despesas, revela o
estudo.
O Fundo
de Participação dos Municípios (FPM) teve reduções significativas a partir do
segundo trimestre. Um impacto de R$ 6,9 bilhões. A revolta dos prefeitos se dá
porque o FPM foi reduzido após isenções fiscais concedidas pelo governo federal
do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), um dos tributos formadores do
FPM.
Essa
política teve um custo de R$ 1.458 bilhões para os cofres municipais em
diminuição de repasses do FPM e de R$ 155 milhões de redução do IPI-exportação,
distribuído aos Municípios.
Outros
problemas
Além do FPM, a Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) -combustíveis também apresentou redução de R$ 595 milhões. Porém, são os Restos a Pagar que pioram a situação do prefeito que não pode deixar contas para a nova gestão.
Além do FPM, a Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) -combustíveis também apresentou redução de R$ 595 milhões. Porém, são os Restos a Pagar que pioram a situação do prefeito que não pode deixar contas para a nova gestão.
O estudo
da CNM mostra o acúmulo de R$ 18,2 bilhões de Restos a Pagar devidos pela União
a Municípios. São obras iniciadas (45,2% dos casos) ou até mesmo finalizadas e
com recursos trancados na Caixa Econômica Federal. Esse é um dos apelos feitos
à ministra Ideli. O valor total do problema é de R$ 8,2 bilhões.
Possível
solução
Para tentar fechar as contas, os prefeitos aguardam o 1% do FPM, transferido aos Municípios no primeiro decêndio de dezembro. Para este ano, a CNM estima que o adicional chegue a R$ 2,9 bilhões, um acréscimo de 8% sobre o ano anterior.
Para tentar fechar as contas, os prefeitos aguardam o 1% do FPM, transferido aos Municípios no primeiro decêndio de dezembro. Para este ano, a CNM estima que o adicional chegue a R$ 2,9 bilhões, um acréscimo de 8% sobre o ano anterior.
No
entanto, todos os gestores ouvidos pela Agência CNM, durante a
mobilização esperam que o governo federal se sensibilize com os prefeitos para
ajudar o final de mandato de alguns e o início de outros.
Fonte:
Agência CNM
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