Pagamento de fornecedores também vem sofrendo
atrasos por falta de recursos.
O governo do Rio Grande do Norte não tem
recursos para pagar o 13º dos servidores este ano. A informação foi confirmada
pela Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan). Além disso, o estado cortou
investimentos, deixou de pagar fornecedores e vem pagando os salários de forma
escalonada. Diante da situação, o governo avalia a possibilidade de decretar
calamidade pela situação econômica. "Essa é uma matéria que vem sendo
objeto de estudo de todos os governos da região Nordeste", informou a Seplan.
Em nota emitida na manhã da última
sexta-feira (11), o governo do Estado diz que tem se empenhado para pagar o
funcionalismo. "O Governo tem empenhado todos os esforços para reduzir os
efeitos da crise econômica do país no Rio Grande do Norte e conseguir os
recursos necessários para honrar todos os compromissos assumidos, incluindo o
13º salário dos servidores. O Estado ainda busca, junto à União, o valor
correspondente à multa dos recursos da repatriação e, em paralelo, também
espera arrecadar aproximadamente R$ 200 milhões com o Programa de Recuperação
Fiscal (Refis)".
De acordo com o governo, no Rio Grande do
Norte, quase 40% das receitas do Estado têm como fontes transferências
federais. De janeiro de 2015 a setembro de 2016, as frustrações de receita chegaram
a R$ 980 milhões em comparação ao previsto para os orçamentos dos dois anos.
O pagamento de fornecedores também vem
sofrendo atrasos por falta de recursos. No dia 1º de novembro o maior hospital
público do estado - o Walfredo Gurgel - suspendeu o fornecimento de comida para
acompanhantes de pacientes e para servidores. A alimentação passou a ser
fornecida somente para os pacientes internados porque a empresa que fornece os
alimentos não foi paga e deixou de entregar.
A Seplan confirmou que "a obrigatoriedade
do repasse do duodécimo e do pagamento da dívida pública em paralelo aos
esforços realizados para honrar o compromisso com o funcionalismo levou o
governo a atrasar o pagamento de alguns fornecedores". Mas nem os
compromisso com o funcionalismo vêm sendo cumpridos.
O pagamento dos salários do mês de setembro
só foi concluído no dia 28 de outubro. Para o pagamento do mês de outubro o
governo não apresentou nenhum calendário. Não há também qualquer garantia de
pagamento do 13º. "Em face da crise econômica, o governo tem encontrado
dificuldades para pagar o funcionalismo em dia e tem trabalhado para buscar os
recursos necessários para pagar o 13º salário", informou a Secretaria de
Planejamento.
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