Maioria dos usuários de remédios para
disfunção erétil não foi ao médico previamente
Cerca de um terço dos brasileiros de 35 anos
ou mais de idade (29%) toma estimulantes sexuais, como o Viagra e similares. E,
para melhorar o desempenho na hora do sexo, a maioria arrisca a própria saúde:
mais da metade (62%) dos que usam os remédios o fazem sem prescrição médica. Os
dados são de pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Segundo
especialistas, quem se automedica pode sofrer com os efeitos colaterais dos
medicamentos, como diarreia e dores de cabeça e musculares.
Em parceria com o laboratório Bayer, o
levantamento analisou 3.200 voluntários em oito cidades, como Rio de Janeiro,
São Paulo e Brasília. Entre os homens que tomam fármacos sem indicação médica,
quase a metade (41%) pede sugestão a amigos. Há também aqueles que adquirem o
produto sem receita na farmácia (39%) e até os que compram no camelô (5%). “É
preciso tomar cuidado. Pacientes com doenças cardiovasculares, por exemplo, não
podem tomar remédios com a substância nitrato”, destaca o chefe do Departamento
de Andrologia da SBU, Antonio de Moraes Júnior.
A pesquisa relatou ainda que entre os motivos
do uso do fármaco estão melhorar a ‘performance’ e ter mais tempo de ereção
(55%); e aumentar o desejo sexual (25%).
De acordo com Antonio, antes de tomar os
remédios, os homens precisam consultar um especialista. Por meio de exames
clínicos, o médico diagnostica a causa do problema, que costuma ser falta de
testosterona. Isto ocorre sobretudo em quem tem andropausa — espécie de
‘menopausa’ dos homens’, que começa a partir dos 45 anos e provoca desânimo,
além de dificuldades de ereção. A disfunção sexual pode ser causada também por
outras doenças, como diabetes e hipertensão. Obesos e fumantes também têm
chances de apresentar o problema.
Mas a procura por urologistas ainda é baixa
no país. Segundo a pesquisa, 51% dos homens nunca foram ao especialista. Entre
os fatores, os voluntários alegaram falta de tempo (33%), nenhum motivo
específico (32%) e medo de descobrir doenças (15%). “Há uma falta de informação
sobre a importância de ir ao urologista. O trabalho de educação sexual deve vir
da base escolar, para que consigamos melhorar esses números no futuro”, explica
Antonio.
Injeções ou próteses
O tratamento de disfunção erétil costuma ter
três vertentes, afirma o urologista Antonio de Moraes. A primeira envolve o uso
de medicamentos e, caso eles não resolvam, os especialistas costumam indicar
injeções no pênis. Se nenhum dos dois métodos ajudar, o ideal é que o homem
coloque uma prótese peniana, sugere Antonio.
Mas há ainda casos em que o paciente pode
melhorar sem tomar remédios, como os obesos e fumantes. Segundo o urologista,
esse grupo de risco pode melhorar o desempenho sexual por meio de prática de
exercícios físicos e controle da pressão arterial.
Fonte: Terra
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