"Os votos de Mossoró foram vendidos e
agora a população paga um preço caro."
A observação é do ex-deputado estadual
Leonardo Nogueira do Democrata, ao criticar a falta de ação parlamentar em prol
da cidade. Referência direta aos deputados Galeno Torquato do PSD, estadual, e
Fábio Faria do PSD, federal, que foram bem votados pelos mossoroenses e, até
aqui, segundo Nogueira, nada fizeram para retribuir suas boas votações no
segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte.
Segundo o ex-deputado, a ofensiva eleitoral
do prefeito Silveira Júnior (PSD) em prol de Torquato e Faria, com a força da
máquina administrativa, ajudaram a derrotar os legítimos representantes de
Mossoró na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados, no caso ele e as
ex-deputadas Larissa e Sandra Rosado (PSB).
Não fora o mandato de Beto Rosado (PP) na
Câmara Federal, entende Nogueira, Mossoró estaria completamente abandonada.
Para provar o que diz, o ex-deputado afirma
que as demandas de Mossoró não estão sendo levadas para o debate,
principalmente na Assembleia Legislativa. “A população reclama da segurança pública,
dos problemas nas áreas de saúde e educação, mas nenhum deputado tem colocado essa pauta no
plenário da Assembleia Legislativa”, afirma. “Quando éramos deputados, eu e
Larissa, Mossoró estava sempre na pauta, porque nós levavamos as lutas da
cidade para a Casa Legislativa”, comenta.
A reclamação de Leonardo Nogueira faz
sentido.
No primeiro semestre da nova legislatura, o
deputado Galeno Torquato, que obteve 12.306 votos na cidade, pouco fez por
Mossoró. Para não dizer que passou em branco, solicitou ao Governo do Estado a
instalação de novo restaurante popular na cidade, reivindicação antiga feita
ainda no mandato da ex-deputada Ruth Ciarlini, que deixou de ser deputada desde
2007.
"E muito pouco, quase nada. Isso mostra
que o voto de Mossoró foi vendido e a população está pagando um preço
altíssimo", desabafou.
Fábio Faria, na Câmara dos Deputados, se
limitou até aqui a apresentar algumas
emendas ao orçamento da União, mas sem a certeza de liberação pelo governo.
Inclusive, o prefeito Silveira chegou a propagar que construiria o Monumento de
Santa Luzia com ajuda do mandato de Fábio, no entanto, esse projeto saiu de
pauta.
EM BAIXA
Mossoró ficou sem um legítimo representante
na Assembleia Legislativa depois de cinco décadas. Desde o primeiro mandato
deputado Vingt Rosado, em meados do século passado, que a cidade elegia
candidatos da terra.
A derrota veio nas eleições de 2014, quando
os ex-deputados Leonardo Nogueira e Larissa Rosado não obtiveram êxito, nem
outros nomes com base eleitoral na cidade.
A votação de Galeno Torquato, com apoio do
prefeito Silveira Júnior, ajudou a derrotar os representantes da cidade.
Com mais de 150 mi eleitores, Mossoró desceu
ao menor no grau de importância da política estadual. É só observar que a
cidade de São Miguel, no Alto Oeste, com pouco mais de 20 mil eleitores, elegeu
dois deputados estaduais (Galeno e Raimundo Fernandes); a região do Seridó tem
quatro representantes na AL; a Grande Natal é defendida por sete deputados
estaduais. Assu e Areia Branca têm legítimos representantes na Assembleia.
A derrota de Mossoró é uma lição dura para a
política e para a cidade.
Jornal de Fato
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