Taxa de desemprego atual, que é de 11,8%,
deve chegar a superar 13% em 2017, segundo projeção do Santander.
A reação lenta da economia às medidas do
governo piorou as expectativas para a retomada do emprego. O mercado de
trabalho, que já tende a responder com defasagem à melhora na atividade, deve
levar mais tempo ainda para se recuperar do que inicialmente projetado. A taxa
de desemprego atual, de 11,8%, deve chegar a superar 13% em 2017, segundo
projeção do Santander.
Economistas do banco previam uma taxa média
de 11,6% para o ano que vem, mas revisaram o número para 12,7% depois da
divulgação dos resultados fracos do PIB do terceiro trimestre.
Em novembro, o Indicador Coincidente de
Desemprego da Fundação Getúlio Vargas, que mede a percepção das famílias sobre
o mercado de trabalho, subiu 3,8 pontos. O pessimismo foi maior entre aquelas
com renda mensal entre R$ 2.100 e R$ 9.600.
“Os dados mostram que o otimismo acerca da
atividade econômica e, por conseguinte, com as contratações ao longo dos
próximos meses parou de aumentar”, diz o economista da FGV Fernando de Holanda
Barbosa Filho.
O Bradesco também elevou sua expectativa de
desemprego de 12,5% para 12,9%. Segundo o banco, a criação líquida (a diferença
entre as vagas criadas e as fechadas) de 150 mil postos formais no próximo ano
não será suficiente para compensar o aumento do número de pessoas procurando
emprego.
A estimativa da instituição financeira é que
a população economicamente ativa cresça 1,2% em 2017, fruto tanto de novos
ingressantes no mercado de trabalho como também de pessoas hoje inativas que,
estimuladas pelos primeiros sinais de recuperação, voltarão a buscar emprego.
Já Barbosa Filho, da FGV, espera um cenário
ligeiramente melhor do que o previsto pelos bancos. Em média, a taxa de
desemprego no ano que vem deve ficar em 11,8%, afirma.
A divergência nas projeções não é explicada
por uma expectativa de geração de mais empregos, mas sim de menor procura de
vagas pela população. Esse é o chamado desalento, quando as perspectivas são
tão ruins que o trabalhador desiste de buscar uma colocação.
Com isso, a projeção da FGV é que a população
economicamente ativa cresça apenas 0,7% –número que ainda pode ser revisado
para baixo, diz o economista.
CONSUMO
Já a massa salarial deve ter uma variação
ligeiramente positiva em 2017, impulsionada pela abertura de vagas e menor
inflação. “A retomada deve ser bastante lenta. Não vemos uma melhora da massa
salarial antes do segundo semestre”, diz Rodolfo Margato, economista do
Santander.
Esse aprofundamento da contração do mercado
de trabalho deve se refletir em maior lentidão na retomada do consumo, um dos
principais motores da atividade econômica.
Por: Folha de S. Paulo
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