Eduardo Cunha foi cassado por 450 votos
favoráveis, dez contrários e nove abstenções
Faltando menos de vinte dias para as
eleições, a cassação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) entrou na agenda dos principais candidatos a prefeito na disputa
deste ano. Parlamentares que tentam chegar ao Paço Municipal de suas bases
lotaram o plenário nesta segunda-feira e renderam 73 votos pela perda do
mandato daquele que já foi um dos mais influentes políticos da atualidade.
Eduardo Cunha foi cassado por 450 votos
favoráveis, dez contrários e nove abstenções.
Logo no início de sua defesa, Cunha
reconheceu o peso da disputa: disse que o processo tinha natureza “puramente
política” e ressaltou o fato de os congressistas estarem “debaixo das
eleições”, dada a proximidade do pleito. “Para algumas pessoas, faltar hoje
seria normal. Para mim, não seria. O pior dos mundos seria eu não estar aqui. É
preciso ter personalidade e posicionamento”, disse o candidato a vice-prefeito
de Manaus, Marcos Rotta (PMDB). Ele votou pela cassação de Cunha.
Nenhum candidato deu voto contra a perda do
mandato de Cunha. O máximo que o peemedebista conseguiu foi a ausência de dois
de seus fieis aliados: Washington Reis (PMDB-RJ), candidato a prefeito de Duque
de Caxias (RJ), e Sérgio Moraes (PTB-RS), candidato a prefeito de Santa Cruz do
Sul (RS), não compareceram à sessão desta segunda.
A mesma fidelidade ele não encontrou de
Manoel Júnior (PMDB-PB), um conhecido membro da “tropa de choque” enquanto o
processo por quebra de decoro tramitava no Conselho de Ética e que chegou a ser
cotado para ministro da Saúde à época em que Cunha ainda emplacava aliados no
governo de Dilma Rousseff. Candidato a vice-prefeito de João Pessoa (PB),
Júnior acabou votando pela cassação do ex-presidente da Câmara.
Capitais – Candidatos nas principais capitais
também impulsionaram a queda de Cunha. Líder na disputa pela prefeitura de São
Paulo, Celso Russomano (PRB) chancelou a cassação. Seus adversários – Luiza
Erundina (PSOL), Major Olímpio (SD) e Bruno Covas (PSDB) – também deram voto
favorável.
O mesmo cenário se repetiu no Rio de Janeiro:
Alessandro Molon (Rede) e Jandira Feghali, conhecidos rivais de Cunha,
aproveitaram os holofotes para subir à tribuna para defender a cassação do
peemedebista. Ex-secretário Executivo de Governo do Rio, Pedro Paulo (PMDB) reassumiu
o mandato apenas para votar nesta noite.
Candidatos em Belo Horizonte, Eros Biondini
(PROS), Jô Moraes (PCdoB), Marcelo Álvaro Antônio (PR), Reginaldo Lopes (PT) e
Rodrigo Pacheco (PMDB) também apoiaram a queda de Cunha.
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