Procurador-geral da República alega que
autoridades com foro privilegiado não podem ser indiciadas pela Polícia Federal...
O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação do indiciamento da
senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pela Polícia Federal em um dos inquéritos da
Operação Lava Jato que tramitam na Corte. Janot alega que autoridades com foro
privilegiado não podem ser indiciadas pela Policia Federal.
Ao solicitar a suspensão, Janot classificou a
ação do delegado Thiago Delabary como inconstitucional. Em seu parecer, ele
explica que o indiciamento serve apenas para comunicar alguém de que ele é
formalmente suspeito. "No caso vertente, como já demonstrado em tópico
anterior, o fato de que o indiciamento de Senadora da República veio a ocorrer
após seu interrogatório apenas deixa patente a ilegalidade do ato."
Gleisi e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo
(Planejamento, no governo Lula, e Comunicações, na gestão de Dilma), foram
indiciados no início do mês por corrupção passiva, sub suspeita de receber
propina para custear as despesas da eleição de Gleisi ao Senado em 2010. A
senadora nega envolvimento no esquema de corrupção.
A senadora é alvo de um inquérito no Supremo
Tribunal Federal (STF) depois de ter sido citada pelos delatores Alberto
Youssef e Paulo Roberto Costa. Tanto o doleiro quanto o ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras apontaram a parlamentar do PT como destinatária de 1
milhão de reais, desviados da Petrobras, e repassado como doação de campanha.
Na versão de Youssef, o dinheiro sujo foi entregue a um preposto da petista em
um shopping de Curitiba.
Suspeitas de envolvimento da senadora e de
seu marido também foram detectadas depois de a Polícia Federal e o Ministério
Público terem rastreado as movimentações do advogado e ex-vereador Alexandre
Romano, preso na Operação Lava Jato por indícios de operar um esquema de
pagamento de propina no Ministério do Planejamento.
Conforme revelou VEJA, o ex-vereador petista
Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, listou em seus depoimentos de
colaboração à Justiça como petistas das mais diversas matizes - de um então
ministro de Estado ao atual líder do governo na Câmara dos Deputados -
embolsaram dinheiro e receberam benesses a partir de favores políticos e desvio
de recursos em estatais.
(Com Estadão Conteúdo)
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