Dilma foi questionada pelos jornalistas sobre
a declaração de Bolsonaro, feita no último domingo, ao dar seu voto favorável ao
processo de impeachment.
A presidenta Dilma Rousseff disse, em
entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do Planalto, ser
"lamentável" que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tenha feito uma
homenagem ao torturador da ditadura militar Carlos Alberto Brilhante Ustra,
morto em 2015. Dilma foi questionada pelos jornalistas sobre a declaração do
deputado, feita no último domingo, ao dar seu voto favorável ao processo de
impeachment, na Câmara.
“De
fato, fui presa nos anos 70, de fato, eu conheci bem esse senhor ao qual ele
[Bolsonaro] se refere. Foi um dos maiores torturadores do Brasil. Sobre ele,
recai não só acusação de tortura, mas também acusação de morte. É só ler os
papéis da Comissão da Verdade e mesmo outros relatos”, afirmou Dilma, em
entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do Planalto.
A presidenta disse considerar “gravíssima a
aventura golpista” em curso no país, porque teria levado a uma situação de
polarização que não se vivia no Brasil, “que é uma situação de raiva, ódio e
perseguição”.
“Eu lastimo que esse momento no Brasil tenha
dado abertura para a intolerância, para o ódio, para esse tipo de fala [de Jair
Bolsonaro]. Num processo como o nosso, em que a democracia resulta de uma
grande luta de resistência, que abrangeu os mais variados setores, é terrível
você ver num julgamento alguém votando em homenagem ao maior torturador que
esse país conheceu. É lamentável”, reiterou.
Os deputados aprovaram, no domingo (17), por
367 votos a favor e 137 contra, o prosseguimento do processo de impeachment
contra a presidenta Dilma. Em uma entrevista concedida à imprensa, ontem (18),
Dilma disse se sentir indignada e injustiçada com a decisão da Câmara dos
Deputados.
Se a admissibilidade do afastamento for
aprovada também pelos senadores, a presidenta será afastada do cargo por até
180 dias, enquanto o Senado analisa o processo em si, e define se Dilma terá o
mandato cassado.
Edição: Maria Claudia
Agencia Brasil
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