A reportagem aponta que, ao menos cinco
operadores foram escolhidos para atuar no mercado financeiro e receberam
treinamento e cursos de mestrado
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é
suspeito de ter iniciado um esquema no fundo de pensão do Cedae. Quando a Caixa
Econômica Federal assinou um convênio com o governo do Rio de Janeiro, em 2007,
o esquema se sofisticou. O acordo permitiu que Cunha ampliasse o loteamento de
cargos na diretoria e no Conselho Deliberativo da Cedae e da Prece, nomeando
operadores responsáveis por investimentos do fundo de pensão no mercado
financeiro.
De acordo com a reportagem do jornal O Globo,
o esquema possibilitou que o patrimônio da previdência complementar da Cedae, a
Prece, fosse explorado com operações de compra e venda de papéis podres,
superfaturamento na aquisição de materiais e investimentos incompatíveis com a
realidade do fundo.
As investigações indicam que, após o convênio
entrar em vigor, a Caixa cedeu à Prece o funcionário Milton Luis de Araújo
Leobons, próximo ao ex-deputado, para ocupar o cargo de diretor de investimento
do fundo de pensão. Cunha também conseguiu colocar Fabio Cleto, um ex-parceiro
de Funaro nas mesas de operações de São Paulo, na vice-presidência da Caixa. A
frente do esquema, Cunha conseguiu organizar para que as operações crescessem
em ritmo acelerado.
A reportagem aponta que, ao menos cinco
operadores foram escolhidos para atuar no mercado financeiro e receberam
treinamento e cursos de mestrado em institutos como IBMEC e FGV. O
“investimento” custou aos cofres da Prece cerca de R$ 370 mil.
Leobons foi o responsável de organizar e
patrocinar cursos de especialização para formar a “escola do crime”, como era
chamado o time de jovens investidores que atuariam sobe sua coordenação na
Prece.
No entanto, em 2010, a saga de operações
controversas capitaneadas por Leobons chamou a atenção com uma transação de R$
15 milhões na compra de papéis junto ao Banco Cruzeiro do Sul, uma aplicação
que deu errado e não tinha praticamente nenhuma garantia. Ele foi denunciado à
Previc, que fiscaliza os fundos de pensão, e punido com multa em 2014. Leobons
e se tornou alvo de um processo de inabilitação para operar aplicações do
fundo. No entanto, seguiu à frente da Prece até março deste ano. Leobons está
atualmente inabilitado por tempo indeterminado de atuar em qualquer tipo de
operação financeira.
Fonte: Notícias ao Minuto
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