Apoiador da campanha da petista ao Senado em
2014, Antenor Roberto transpareceu não acreditar na candidatura dela ao Governo
do RN no ano que vem
Eleita senadora pelo PT na disputa eleitoral
de 2014 com 808.055 votos (54,84% do total), Fátima Bezerra vem lapidando a
ideia de disputar o Governo do Estado no próximo pleito eleitoral potiguar,
agendado para acontecer no ano que vem e que elegerá, além do novo governador,
deputados estaduais, federais e senadores. No entanto, a ideia não é muito
bem-vinda sob todos os olhares, como no caso do presidente do PCdoB no RN,
Antenor Roberto.
Abertamente, a senadora ainda não falou sobre
uma possível candidatura ao cargo majoritário, mas os bastidores políticos já
se movimentam trabalhando na possibilidade de que ela realmente lance seu nome
nas próximas eleições, prova disso são os comentários feitos por diversas
lideranças políticas tratando sobre a suposta intenção da senadora. Desta feita
foi o líder do PCdoB potiguar que se manifestou sobre o caso, e na visão dele,
a ideia não parece ser tão boa.
Para Antenor, o fato do Rio Grande do Norte
estar “quebrado” financeiramente dificultaria a gestão da petista, que teve sua
candidatura ao Senado apoiada pelo PCdoB em 2014. As dificuldades, inclusive,
estão sendo herdadas por cada nova gestão, e atualmente o governador Robinson
Faria (PSD), que tem como vice Fábio Dantas, membro do próprio partido chefiado
por Antenor, é quem vem sofrendo com as políticas econômicas adotadas pelos
líderes anteriores.
“Só se Fátima for louca para querer levantar
uma bandeira de candidatura numa conjuntura como a atual. Hoje o Rio Grande do
Norte está no mesmo patamar do Brasil: quebrado. Se Fátima assumir o Governo no
ano que vem, vai fazer o que de diferente? Há anos o RN sofre por problemas que
são acumulados de gestão para gestão. Se forem estudar o que as elites
políticas potiguares fizeram durante todas as décadas que passaram no poder,
vão ver que eles não deixaram nenhum tipo de pilar econômico que pudesse
estabilizar o Estado”, criticou.
Ainda segundo o líder do Partido Comunista do
Brasil, os efeitos da crise econômica que o Rio Grande do Norte passa – assim
como todo o país – já eram possíveis de serem sentidos há duas gestões (na reta
final da de Wilma de Faria, no final de 2010, e durante toda a de Rosalba,
entre 2011 e 2014), no entanto, como as medidas necessárias não foram tomadas,
acabou que as “bombas” começaram a explodir no governo de Robinson, que passa
por dificuldades para pagar o funcionalismo público.
“Já dava para ver essa crise no final do
governo de Wilma. Depois ela ganhou força no governo de Rosalba e agora
Robinson tem feito um esforço grande durante sua gestão, trabalhando
incansavelmente, mas mesmo assim vem esbarrando na falta de recursos que
compromete boa parte do seu trabalho. O problema é no que eles (oligarquias)
transformaram a economia do RN ao longo dos anos. Hoje o Estado está no fim da
fila até no quesito Nordeste. Estamos atrás da Paraíba e de Sergipe, por
exemplo. É algo assustador”, lamentou.
Além de Fátima Bezerra, os bastidores
políticos apontam o atual prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), como
um dos possíveis candidatos ao Governo do Estado em 2018. Os dois teriam a
disputa de Robinson Faria, que segundo informações está lapidando a ideia de
tentar uma reeleição no cargo majoritário. Um quarto nome que surge nos
bastidores é o do desembargador Claudio Santos, ex-presidente do Tribunal de
Justiça do Estado. Todavia, nenhum admitiu publicamente o interesse pelo cargo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário