Ex-prefeito de Natal entre os anos de 1993 e
1996 defende uma renovação completa na política potiguar
O ex-prefeito de Natal Aldo Tinoco Filho não
pretende voltar a disputar cargos públicos nas próximas eleições. Engenheiro
sanitarista, Aldo se diz descrente com a política e vê na mudança expressiva
dos quadros a solução para a crise que vivencia o país. “O quadro é nebuloso e
de incerteza. É preciso surgir lideranças novas, tem que jogar esperança para a
população”, afirma ele, que chefiou o Poder Executivo da capital potiguar entre
1993 e 1996.
De acordo com Aldo, o cenário político atual
é muito adverso e apresenta uma realidade muito distinta da época em que ele
geriu a cidade. “Hoje, tá muito em cima de escândalos e denúncias, há uma
descrença generalizada. Na minha época, o povo tinha esperança, olhava para o
político como uma possibilidade de melhorar a vida dele”, compara.
Segundo o ex-prefeito, o que se observa
atualmente é um “processo de expulsão da população do centro de decisões”. “A
cidade é um palco de conflitos. Existe uma disputa contínua de classe e há uma
correlação de forças. A grande maioria da população, em geral a classe mais
pobre, é excluída das decisões”, avalia. Em virtude disso, “a população perde a
crença na política”, complementa.
Aldo defende uma renovação completa na
política. “Vejo como possibilidade de transformação ‘o novo’. Eu costumo dizer
que político e frauda de menino novo devem ser trocados sempre. Pelo mesmo
motivo”, dispara.
CARLOS EDUARDO E ROBINSON
Segundo o ex-prefeito de Natal, avaliar as
gestões do atual prefeito, Carlos Eduardo Alves (PDT), e do governador Robinson
Faria (PSD) é “muito simples”. Os problemas enfrentados pelas duas
administrações, segundo ele, acontecem “por falta de dinheiro”. “O cobertor é
curto. Quando se cobre a cara, descobre os pés. É difícil administrar com a
folha lá em cima, com queda de arrecadação e de investimentos. Natal, por
exemplo, sobrevive com receitas próprias, como o ISS. Quando cai o setor de
serviços, cai a arrecadação. No Estado, é a mesma coisa, com o ICMS”,
considera.
Aldo Tinoco reforça sua opinião de que é
preciso uma mudança urgente nos quadros. “Tem que renovar logo, começar de
novo”, pontua. Perguntado se pode voltar a militar na política, ele é enfático:
“De política (pela sujeira), traseira de burro (pelo coice) e rio cheio (onde
tem piranha e jacaré nada de costas), eu tô fora”.
Agora RN
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