Nos casos crônicos, o mal é considerado doença
e precisa ser combatido com remédios
Muita gente perde o sono pensando nele. Mas,
com insônia ou sem ela, dormir é um ato necessário ao organismo e intimamente
ligado às condições emocionais e de estilo de vida. Há quem durma três horas e
se sinta satisfeito. Os jovens boêmios acham que é perda de tempo. Os que têm
poucas horas querem mais cinco minutos todas as manhãs. E existem aqueles que
não dormem. O sono voltou aos holofotes nas últimas semanas com a autorização
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção e
comercialização de um novo medicamento para insônia no Brasil. Dias antes, a
Associação Brasileira do Sono fez um alerta: 36,5% dos brasileiros sofrem com o
mal.
Dorme-se pouco em troca de trabalho, estudo,
ascensão financeira e tantos outros motivos. A sociedade parou de valorizar o
sono como um componente da qualidade de vida e se priva dele. Muitos de nós,
realmente, sofre com insônia crônica — uma doença, que exige tratamento e, em
casos extremos, até o uso de remédios. Mas ir para a cama e pregar o olho é um
desafio cada vez maior e exige uma mudança de comportamento que pode não vir de
caixas vendidas nas farmácias.
Faltam dados que retratem a realidade da
capital federal. Para esta reportagem, a Revista fez uma pequena enquete com 15
leitores. Apenas quatro disseram que dormem bem. Sortudos. A maioria, sete
entrevistados, reclamou de insônia. Isso representa 46% do total. Os outros
quatro contaram que pelo menos uma vez por semana têm dificuldades para dormir.
A relação edredon-travesseiro-cama nunca esteve tão combalida. E você, tem
dormido bem? Geórgia, Maria Eduarda e Sidneide são personagens que nunca, ou
quase nunca, desligam. Nas próximas páginas, leia o drama das madrugadas em
claro, as consequências disso e as alternativas para driblar a insônia.
Uma luta noturna
Rita Lee, a rainha do rock brasileiro,
expressou em forma de música o quão sofrido é não dormir. A música é inspirada
em “minha pessoa”, como conta a artista. Ela canta assim: Insônia, minha
namorada/Insônia de madrugada/Rolando na cama, estou tão cansada/Mas ela me
chama/Ai, ai, insônia.
Como na canção, 73 milhões de brasileiros,
segundo estimativa da Associação Brasileira do Sono, não conseguem dormir. O
número é a soma dos habitantes dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Os dois primeiros são os mais populosos do país.
Fonte: Correio Braziliense
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