O ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a tomar os depoimentos do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ex-ministros e de investigados na
Operação Lava Jato ligados ao PP, ao PMDB e ao PT.
Na decisão, Zavascki esclareceu que Lula e
ex-ministros não são investigados na operação. “No caso, as manifestações
dessas autoridades [PGR e PF] são coincidentes no sentido de que as pessoas a
serem ouvidas em diligências complementares não ostentam a condição de investigadas,
mas, segundo se depreende do requerimento da autoridade policial, a condição de
informantes”, disse o ministro.
A autorização teve parecer favorável do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ministro concedeu prazo de 80
dias para que todas as diligências sejam cumpridas. As oitivas fazem parte do
maior processo da Lava Jato que tramita no Supremo e investiga formação de
quadrilha de políticos acusados de receber propina do esquema de corrupção na
Petrobras.
Segundo a PF, os depoimentos são necessários
diante das acusações feitas por diversos delatores, que envolvem parlamentares
que fizeram parte da base de apoio ao governo Lula. "Faz-se necessário
trazer aos autos as declarações do então mandatário maior da nação, Luiz Inácio
Lula da Silva, para que apresente a sua versão para os fatos investigados, que
atingem o núcleo político-partidário de seu governo", justificou a PF.
Com a prorrogação do inquérito, a PF também
pretende ouvir executivos de empresas que fizeram doações a parlamentares dos
três partidos, do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte; de Maria Cléia
Santos, assessora do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), além do presidente do PT,
Rui Falcão, e do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli. A Polícia
Federal pediu também que sejam ouvidos a ex-ministra da Secretaria de Relações
Institucionais Ideli Salvatti, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência
da República Gilberto Carvalho e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Procurado pela Agência Brasil, o Instituto
Lula diz que ainda hoje deve se manifestar sobre o assunto.
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