Audiência de conciliação entre o governo do
Estado e os grevistas da UERN será realizada na manhã de hoje, no Tribunal de Justiça, com intermédio do desembargador Cornélio.
A secretária-chefe da Casa Civil do Governo
do Estado, advogada Tatiana Mendes Cunha, admitiu que está depositando todas as
esperanças, em relação à paralisação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte (UERN), nas mãos do desembargador Cornélio Alves que vai conduzir a
audiência de conciliação prevista para hoje, na capital.
Entrevistada pelo jornalista Diógenes Dantas
no Jornal da 96 (96-FM/Natal), Tatiana Mendes Cunha reconheceu que tanto ela
quanto o próprio governo estadual não conseguiram avanços no diálogo com a
única instituição de ensino superior do interior do Rio Grande do Norte.
“A nossa expectativa é que o desembargador
Cornélio Alves consiga conciliar o que eu não consegui até agora”, desabafou
auxiliar soltando gargalhadas no ar. Reconhecendo a ineficiência do Governo do
Estado nas negociações, a chefe da Casa Civil revelou que foram 16 tentativas
de entendimentos – sem êxito – com os representantes do movimento.
Ela lembra que no ano passado, o movimento
grevista da Uern celebrou um entendimento com a então governadora Rosalba
Ciarlini (PP).
“Esse acordo eles esperavam que fosse
cumprido no atual governo”, frisou. A chefe da Casa Civil destacou que ao
assumir o comando do Poder Executivo norte-rio-grandense, o governador Robinson
Faria (PSD) recebeu um relatório de gestão que apontou dificuldades para o
Executivo em razão das contas estarem acima do Limite Prudencial. “Ao invés de
concedermos reajustes, nós deveríamos cortar despesas”, explicou.
Tatiana Mendes Cunha reconheceu que a
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte conseguiu cortar algumas de suas
despesas e a instituição propôs que o valor economizado fosse revertido no
reajuste à categoria. Ela informou que os reajustes são elevados para os cofres
do Estado.
“Esses percentuais não poderiam ser atendidos
de forma alguma, mas eles dizem que conseguiram economizar e nós não
conseguimos constatar isso, ainda estamos trabalhando as análises contábeis”,
disse. Ela revela que foi apresentado o percentual de 12,35% como forma de
reajuste salarial. “Se eles conseguissem economizar R$ 20 em uma folha de R$
100, seriam substituídos por reajuste salarial”, acrescentou Tatiana Mendes
Cunha.
Ela lembra que ocorreu, no início da greve,
uma reunião com a presença de representantes do Ministério Público. De acordo
com a chefe da Casa Civil, desta reunião saiu a deliberação de que não poderia
se conceder o reajuste, mas o Governo do Estado concederia indenizações sob a
forma de auxílio. Ela argumenta que essa proposta não causaria impactos na
folha de pagamentos. “As indenizações são consideradas custeio”, explicou
Tatiana.
A auxiliar chefe da Casa Civil afirmou que
nos últimos dias, as entidades ligadas à instituição foram contempladas com
esta proposta que não foi acatada pela representação dos docentes da
Universidade do Estado. “Em razão disso, nós judicializamos a greve e o governo
aguarda que a justiça decida se o movimento é legal ou não”, finalizou Tatiana
Mendes Cunha.
GAZETA DO OESTE
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