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quinta-feira, 14 de março de 2013

Mizael Bispo é condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato de Mércia Nakashima

O policial reformado Mizael Bispo da Silva foi condenado nesta quinta-feira (14) a 20 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada, a advogada Mércia Nakashima, em 23 de maio de 2010. O corpo e o carro da advogada foram encontrados em uma represa na cidade de Nazaré Paulista, na Grande São Paulo. Mércia foi morta aos 28 anos.

Na leitura da sentença, o juiz Leandro Bittencourt Cano descreveu os três agravantes aceitos pelo Conselho de Jurados ao analisar se o réu era inocente ou culpado.

Sobre o agravante de crime torpe, por exemplo --segundo a acusação, Mizael se sentia humilhado pelo fim do relacionamento --, o magistrado definiu: "Muitos crimes são cometidos em nome do amor, que mas que tipo de amor é esse?", indagou, para completa: ""Quando é amor o que se sente, não há o mínimo desejo de se livrar da pessoa amada", estabeleceu.

Ao final, o juiz fez a leitura dos agradecimentos com a voz embargada. Ao todo, foram quatro dias de júri.

Mizael foi condenado por um júri de cinco mulheres e dois homens no julgamento que durou quatro dias no Fórum de Guarulhos (região metropolitana de São Paulo). Esse foi o primeiro júri do Estado –o segundo do Brasil, depois de um realizado em Rondônia –a ser todo transmitido em tempo real via rádio e internet.

Ao todo, os jurados analisaram seis quesitos para responder sim ou não e decidir se o policial reformado era ou não culpado pelo crime. Entre eles, figuraram, por exemplo, se o réu "concorreu para o crime", se "o jurado absolve o acusado?" e se o crime foi praticado "por motivo torpe, em razão da insatisfação com o rompimento" do relacionamento amoroso. Ainda foi questionado aos jurados se houve emprego de "meio cruel" à vítima. Eles se rreuniram para decidir às 16h25.

Além do policial reformado, também é acusado pelo crime o vigia Evandro Bezerra da Silva, que está preso no presídio de Tremembé 2 e vai a júri popular em 29 de julho deste ano. Inicialmente, ele seria julgamento com Mizael, mas o júri foi desmembrado a pedido da defesa de Bezerra, que alegava tese conflitante entre os dois acusados.

Ao todo, os jurados ouviram os depoimentos de nove testemunhas –cinco da acusação, três da defesa (que dispensou outras duas) e uma do juízo– e do réu, interrogado nessa quarta-feira (14) apenas pela defesa, uma vez que o promotor do caso, Rodrigo Merlin.

Entre os depoimentos, se destacaram o de Márcio Nakashim, irmão da vítima, do delegado Antonio Assunção de Olim, responsável pela investigação do caso. Ambos foram arrolados pela acusação.

Márcio, primeira testemunha a ser ouvida no júri, na última segunda-feira (11), chorou em vários momentos das cerca de quatro horas em que depôs e discutiu rispidamente com os advogados de Mizael, os quais acusou de macular a reputação da advogada, e acusou o réu de ter se "transformado" no segundo ano de namoro com a advogada.

"Mizael era muito ciumento, possessivo e se transformou. Ele ligava várias vezes para a Mercia", afirmou Márcio, que, alegando medo, pediu para que Mizael fosse retirado do plenário durante o depoimento. Como é advogado e trabalha em sua própria defesa, o réu pediu para continuar na sala, mas o juiz negou.
UOL

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