Rosalba não participa de reunião de aliados e avisa que pode votar em Dilma

Sitiada pelo deputado federal e presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, PMDB, que nas últimas semanas, ao mesmo tempo em que faz severas críticas ao seu governo, impõe nomes para ocupar o secretariado, a governadora Rosalba Ciarlini, tenta reagir. E, neste final de semana, partiu para o contra-ataque.

Em primeiro lugar, não foi ao encontro de lideranças políticas da base de sustentação de seu governo, que foi marcado para o apartamento do senador José Agripino, DEM, no último sábado. De acordo com a imprensa de Natal, Rosalba e seu marido, Carlos Augusto Rosado, mandaram informar que, a partir de agora, não participam mais das reuniões entre lideres dos partidos aliados.

De agora em diante, as reuniões, quando forem realizadas, deverão ter apenas os líderes de partidos da base aliada. Os mesmos definirão e encaminharão para a governadora, o que for decidido. Ela e o marido, Carlos Augusto Rosado, acatam, ou não.

O fracasso do encontro, que fora anunciado na segunda-feira, para ser uma reunião ampliada, dos aliados, com presenças de deputados estaduais, se transformou em um verdadeiro fracasso.

Primeiro, pela ausência dos deputados estaduais, inclusive do PMDB, que anteciparam que não iriam participar da reunião.

Depois, Rosalba e Carlos Augusto Rosado, os principais interessados na reunião, não foram, e delegaram ao senador José Agripino, a missão de repassar a decisão aos aliados. O que seria uma grande reunião, contou apenas com as presenças de Agripino, Henrique, do ministro Garibaldi Filho e do presidente da Assembléia Legislativa, Ricardo Mota.

JOGADA

Em uma última cartada, e esta mais ousada ainda, a governadora Rosalba Ciarlini, na tentativa de evitar o completo desastre político-administrativo de sua gestão, anunciou, em entrevista ao jornal Tribunal do Norte, de propriedade de Henrique Alves, que poderá apoiar a presidente Dilma Rousseff que disputará reeleição em 2014.

Listando uma série de investimentos que o Governo Federal tem feito no Rio Grande do Norte, Rosalba disse que "Se for o melhor para o Brasil", apoiará, sim, a presidente da República, do PT, Dilma Rousseff.

O que chamou a atenção, é que, em nenhum momento, ao falar sobre as parcerias do Governo do Estado com o Governo Federal, Rosalba registrou o trabalho do aliado Henrique Alves, que tem se empenhado para facilitar a liberação de recursos federais para a gestão estadual.

Nos meios políticos do Estado, a observação que se faz é que, ao afirmar que pode votar em Dilma, Rosalba manda um recado para Henrique, que é neste momento, o único líder que tem funcionado como elo entre a governadora e o Governo Federal. Rosalba tenta avisar a Henrique, que poderá passar a tratar pessoalmente, com a presidente Dilma, dispensando sua intermediação.

Carlos Skarlack