Resultado foi comemorado pelos integrantes da
Frente Parlamentar da Segurança Pública
Entre protestos e comemorações, a Comissão
Especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda à
Constituição 171/93, que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos
para casos de crimes hediondos (como estupro e latrocínio), lesão corporal
grave e roubo qualificado (quando há sequestro ou participação de dois ou mais
criminosos, entre outras circunstâncias). A PEC foi aprovada na noite desta
quarta-feira (17/6), quando a comissão seguiu o parecer do relator Laerte Bessa.
De acordo com o texto aprovado, as penas
previstas serão cumpridas pelos adolescentes em ambiente separado dos adultos.
O projeto deve ainda passar pela Câmara para depois ser levado à votação no
Senado.
A votação ocorreu quatro horas e meia após o
início da reunião. O novo parecer não prevê a necessidade de o Ministério
Público analisar cada caso, como previa projeto que deu base a PEC 171.
Foram favoravelmente à redução da maioridade
penal partidos como PMDB, PSDB, DEM, PR, PP e PTB. Já PT, PSB, PPS, PDT e PCdoB
se manifestaram contrário ao projeto.
Foi aprovado também, em votação simbólica, um
destaque do deputado Wewerton Rocha (PDT-MA) que aperfeiçoa a estrutura do
sistema socioeducativo.
O diretor para as Américas da Human Rights
Watch, Daniel Wilkinson, lamentou a decisão dos parlamentares. “O voto da
comissão é muito decepcionante. Se for aprovada, a emenda será um grande
retrocesso para a proteção dos direitos das crianças no Brasil e só servirá
para colocar em risco os esforços do país para reduzir a criminalidade",
disse. Segundo ele, estudos norte-americanos mostram "processar e julgar
adolescentes como adultos só aumenta as chances de cometerem novos crimes após
sua libertação”.
Diretor da Faculdade de Direito da
universidade Mackenzie, o professor José Francisco Siqueira Neto também é
contra a medida por atingir de cláusula pétrea da Constituição e violar a
Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente, da qual o Brasil é signatário.
“Prender os jovens em presídio comum é perdê-los definitivamente”, comenta
Siqueira Neto, para quem as fundações que recebem menores têm mais condições de
recuperá-los para o convívio social.
Para o advogado Daniel Gerber, do escritório
Eduardo Antônio Lucho Ferrão Advogados Associados, a pressa para a aprovação do
projeto reflete a falta de debate e reflexão sobre o assunto. "As
alterações minimizam o dano de se estender a responsabilidade penal aos
menores. Entretanto, desmascara a pressa e a falta de zelo que motivam a
análise do projeto, algo feito exclusivamente para saciar a opinião pública, e
que, na prática, vai incrementar a violência já existente", disse.
Torcida
O resultado foi comemorado pelos integrantes
da Frente Parlamentar da Segurança Pública. Os manifestantes da União Nacional
dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes),
contrários à proposta, gritaram palavras de ordem e reiniciaram um apitaço no
corredor das comissões.
Já os deputados favoráveis à PEC saíram da
reunião em direção ao Salão Verde e ao Plenário da Câmara cantando “Eu sou
brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. O departamento de Polícia
Legislativa precisou atuar para enfrentar um confronto com os estudantes, que
responderam gritando “fascistas, racistas, não passarão”. Com informações da
Assessoria de Imprensa do Câmara.
Os menores que a lei da redução da maioridade vai punir não estão nem aí para educação. S]ao aqueles que a caneta é uma arma. Esses hipócritas defensores. ao invés de estarem com esses cartazes tumultuando algo que é de suma importância para a diminuição da impunidade desses bandidos abaixo dos dezoito anos, deveriam sair às ruas e recolherem um bocado desses anjinhos, levar para casa e terminar de criar.
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