O Plenário da Câmara dos Deputados continuará
a votar, por temas, a reforma política. Deverão ser analisados textos sobre
duração dos mandatos; eleições municipais e gerais no mesmo dia; cotas para
mulheres; voto facultativo; data da posse presidencial; e federações
partidárias, entre outros assuntos.
Nas primeiras votações, os deputados já
resolveram manter o atual sistema proporcional de eleição de deputados e
vereadores; acabar com a reeleição para chefes do Executivo; cortar o Fundo
Partidário de legendas sem congressistas; e permitir doações de empresas a
partidos, e de pessoas físicas a partidos e candidatos.
Com a votação por partes, o texto final da
Proposta de Emenda à Constituição 182/07, do Senado, está sendo construído aos
poucos.
Esse último tema, entretanto, está sendo
contestado no Supremo Tribunal Federal (STF) por partidos que foram contra os
procedimentos da votação.
Cinco ou quatro anos
Depois de divergências entre os partidos no
último dia 28 de maio, a votação da regra que prevê cinco anos de mandatos
eletivos foi adiada para esta semana.
A mudança no tempo de mandato complica a
proposta de coincidência de eleições – se o mandato for de cinco anos para
deputados e continuar de oito anos para senadores, as legislaturas não
coincidirão, tampouco as eleições. Segundo acordo político entre deputados e
senadores, a Câmara não vai propor mudanças relativas ao Senado e vice-versa.
Já o mandato de cinco anos para senadores não
tem apoio do Senado, e o mandato de dez anos é julgado excessivo por vários
partidos.
Federações
O relatório do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ)
para a PEC 182/07 prevê ainda o instituto da federação partidária. Segundo esse
mecanismo, os partidos poderão se associar, nas eleições, para concorrer por
cargos eletivos, de forma semelhante às coligações.
Entretanto, no Legislativo, os partidos
unidos em uma federação deverão atuar assim por toda a legislatura. Na última
vez que a Câmara discutiu a reforma política em Plenário, por meio de projeto
de lei em 2007, a sistemática surgiu como opção ao fim das coligações.
O resultado final da reforma política, após
concluída a votação de todos os temas, ainda dependerá de votação em 2º turno
antes de ir ao Senado. Para valer nas eleições de 2016, as mudanças têm de
entrar em vigor até outubro com a votação nas duas Casas do Congresso (Câmara e
Senado).
Desoneração da folha
Nas sessões ordinárias, o Plenário poderá
votar o Projeto de Lei 863/15, do Poder Executivo, que substitui a Medida
Provisória 669/15, sobre a redução da desoneração da folha de pagamentos de 56
setores da economia.
O projeto aumenta a alíquota que as empresas
devem pagar sobre a receita bruta. Aquelas que pagam atualmente 1% passarão a
pagar 2,5% e aquelas que pagam 2% passarão a pagar 4,5%. A iniciativa faz parte
do ajuste fiscal do governo para cumprir o superavit primário sem artifícios
contábeis.
O vice-líder do DEM, deputado José Carlos
Aleluia (BA), afirma que vai votar contra a proposta. "O povo não aguenta
mais pagar tanto imposto. O Brasil é um dos países onde se paga mais imposto no
mundo, e onde se tem serviços públicos pobres. Portanto, nós precisamos aliviar
o povo de tanto imposto, e reduzir as despesas do governo."
Segundo o líder do governo, deputado José
Guimarães (PT-CE), a oposição cumpre seu papel ao votar contra e obstruir. A
base aliada ao governo é que precisa estar em sintonia. "A nossa
expectativa é que o diálogo seja estabelecido na terça-feira em reunião com o
vice-presidente da República, Michel Temer, na liderança do governo e na
vice-presidência; para fazermos um pacto na base para votarmos essa matéria na
quarta-feira."
Essa proposta tramita em regime de urgência
constitucional. Para ser analisada, o Executivo precisa retirar o caráter de
urgência de dois outros projetos que antecedem o tema e fazem parte do pacote
anticorrupção do governo: o PL 5586/05, que tipifica o crime de enriquecimento
ilícito de servidores e agentes públicos, entre eles políticos; e o PL 2902/11,
que estabelece a perda antecipada, por medida cautelar, dos bens oriundos de
corrupção.
Votações e comissão geral
A votação em Plenário está prevista para
iniciar na terça-feira (9), após a comissão geral marcada para as 15 horas com
a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República, Eleonora Menicucci de Oliveira.
Na quarta-feira (10) também haverá comissão
geral, às 10 horas, para debater a crise do setor sucroalcooleiro. Já a Ordem
do Dia de votação do Plenário começa às 16 horas.
Na quinta-feira (11), a sessão extraordinária
de votações do Plenário começa às 12 horas. Antes, às 10 horas, está marcada
comissão geral com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Tereza Campello, que falará sobre os projetos e ações de sua pasta.
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