Servidores da saúde realizam um ato público
em frente ao hospital Walfredo Gurgel, contra a falta de materiais básicos e
medicamentos.
Além dos servidores, o protesto reuniu também
acompanhantes e pacientes, contra a falta de condições de trabalho no principal
hospital do estado. O ato também faz parte da campanha salarial dos servidores
da saúde. A pauta de reivindicações pede reajuste salarial, concurso público,
garantia das mudanças de nível vencidas, a igualdade aos servidores
municipalizados, melhores condições de trabalho e, mais investimento à saúde.
Uma professora que acompanhava sua mãe, falou
no ato e desabafou: “Eu como professora me sinto envergonhada no que está
acontecendo não só na saúde, mas també na educação e segurança. Eu estou
dormindo no chão há 14 dias, minha mãe tem horas que tem medicamento, tem horas
que não tem. Isso é uma vergonha, a gente tem que acordar e parar com isso, dar
um basta. Porque nós pagamos impostos, nós não estamos pedindo favor a
Robinson”.
Desde o segundo semestre de 2014 que o
hospital, assim como outros da rede estadual, sofre com a falta de medicamentos
e de materiais básicos. Nesta segunda-feira (04), faltavam materiais em vários
andares. No 4º andar estava faltando esparadrapo e soro. No CRO (Centro de
Recuperação de Operados), não havia nem mesmo luva de procedimentos. Uma
medicação usada para aliviar as dores dos pacientes – Tramal –, era racionado,
sendo usado apenas para pacientes com dor aguda. Em todo hospital, falta até
sabão para uso comum.
Além do desabastecimento, muitos pacientes
ainda permanecem nos corredores e, por falta de leito, macas de ambulâncias
ficam retidas no hospital. Devido ao déficit de pessoal, os servidores estão
sobrecarregados e fazem dobra de serviço, prejudicando a própria saúde.
Para Lúcia da Silva, diretora do Sindsaúde-RN
e enfermeira do Walfredo, a culpa da saúde estar assim é o governo Robinson,
que disse que ia mudar, mas até agora não fez nada. “Faz quatro meses que
Robinson assumiu o governo e cada vez mais a saúde está na UTI. Todos os dias
morrem pessoas no Walfredo Gurgel, os pacientes estão morrendo por falta de
medicamentos. Os funcionários estão ficando doentes porque chegam angustiados
para trabalhar, pois sabem que não vão encontrar luvas, antibióticos, soro”,
afirmou Lúcia.
Nesta quinta-feira (07), às 09h, no auditório
do Sinpol, haverá uma assembleia dos servidores do estado para discutir a pauta
de reivindicações da campanha salarial deste ano e o rumo do movimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário