A taxa de desocupação nacional no 1º
trimestre deste ano foi a maior desde 2013
O desemprego no País voltou a subir no
primeiro trimestre deste ano, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios, divulgada nesta quinta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística). A população desocupada, 7,934 milhões de pessoas,
variou 23,0% frente ao trimestre imediatamente anterior. Em relação ao 1º
trimestre de 2014, o quadro foi de 12,6%.
A taxa de desocupação no Brasil foi estimada
em 7,9% no 1º trimestre de 2015, a maior taxa verificada desde o 1º trimestre
de 2013 (8,0%). Essa estimativa cresceu tanto na comparação com o 4º trimestre
de 2014 (6,5%), quanto com o 1º trimestre de 2014 (7,2%).
Essa é a primeira vez que a Pnad Contínua
traz as informações completas sobre o mercado de trabalho para Brasil, grandes
regiões e unidades da federação. Com isso, o IBGE mostrou que a maior taxa de
desemprego foi verificada na região Nordeste (9,6%), e a menor, no Sul (5,1%).
Entre as unidades da federação, Rio Grande do Norte teve a maior taxa (11,5%) e
Santa Catarina, a menor (3,9%).
Percentual de empregados
O nível da ocupação (indicador que mede a
parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) foi
estimado em 56,2% no 1º trimestre de 2015, abaixo dos 56,9% verificados no
trimestre anterior e dos 56,8% observados no 1º trimestre do ano passado.
A população ocupada foi estimada em 92,023
milhões, refletindo variação de -0,9% na comparação com o trimestre anterior e
0,8% frente ao mesmo trimestre de 2014. No 1º trimestre de 2015, 78,2% dos
empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, apresentando
avanço de 0,5 ponto percentual em relação a igual trimestre de 2014 (77,7%). Em
relação ao trimestre anterior, não houve variação estatisticamente
significativa.
O rendimento médio real habitual dos
trabalhadores foi estimado em R$ 1.840. Este resultado foi 0,8% maior que o
registrado no trimestre anterior (R$ 1.825) e estável em relação ao obtido no
1º trimestre de 2014 (R$ 1.840).
A massa de rendimento médio real habitual dos
ocupados foi estimada em R$ 163,8 bilhões, registrando aumento de 3,0% em
relação ao 4º trimestre de 2014. Na comparação anual, essa estimativa teve alta
de 8,7%.
Homens x mulheres
As análises apontaram diferenças
significativas na taxa de desocupação entre homens e mulheres, comportamento
verificado também nas cinco grandes regiões. No 1º trimestre de 2015, a taxa
foi estimada em 6,6% para os homens e 9,6% para as mulheres.
Já entre os jovens de 18 a 24 anos de idade,
a taxa ficou em 17,6%, patamar elevado em relação à taxa média total (7,9%),
comportamento verificado, tanto para o Brasil, quanto para as cinco grandes
regiões.
A taxa de desocupação para o contingente de
pessoas com ensino médio incompleto (14,0%) era superior à verificada para os
demais níveis de instrução. Para o grupo de pessoas com nível superior
incompleto, a taxa foi estimada em 9,1%, praticamente o dobro da verificada
para aqueles com nível superior completo (4,6%).
Carteira assinada
Um resultado positivo da Pnad Contínua é o
aumento do percentual de empregados com carteira de trabalho assinada. No 1º
trimestre de 2015, 78,2% dos empregados no setor privado tinham carteira de
trabalho assinada, apresentando avanço de 0,5 ponto percentual em relação a
igual trimestre de 2014.
Em relação ao trimestre anterior, não houve
variação estatisticamente significativa. Entre os trabalhadores domésticos, a
pesquisa mostrou que 32,3% tinham carteira de trabalho assinada no 1º trimestre
de 2015, enquanto no mesmo trimestre do ano passado, eram 31,5%. Os militares e
servidores estatutários correspondiam a 69,4% dos empregados do setor público.
O percentual de empregados com carteira de
trabalho assinada no setor privado mostrou cenários distintos. As regiões Norte
(64,7%) e Nordeste (63,8%) apresentaram-se em patamares inferiores aos das
demais regiões.
A comparação do 1º trimestre de 2015 com o
mesmo trimestre de 2014 apontou aumento maior desse indicador na região
Centro-Oeste, onde passou de 77,1% para 79,0% nesse período.
Fora da força de trabalho
No Brasil, no 1º trimestre de 2015, 39% das
pessoas em idade de trabalhar foram classificadas como fora da força de
trabalho, ou seja, aquelas que não estavam ocupadas nem desocupadas na semana
de referência da pesquisa.
A região Nordeste foi a que apresentou a
maior parcela de pessoas fora da força de trabalho (43,1%). As regiões Sul
(36,2%) e Centro-Oeste (34,9%) tiveram os menores percentuais. Essa
configuração não se alterou significativamente ao longo da série histórica
disponível.
As mulheres eram maioria na população fora da
força de trabalho, representando 65,9% no 1º trimestre de 2015. Cerca de 34,9%
da população fora da força de trabalho era composta por idosos (pessoas com 60
anos ou mais de idade).
Aqueles com menos de 25 anos de idade somavam
28,6% e os adultos, com idade de 25 a 59 anos, representavam 36,6%. No 1º
trimestre de 2015, mais da metade dessa população (52,6%) não tinha concluído o
ensino fundamental e pouco menos de um quarto tinha concluído pelo menos o
ensino médio (26,1%).
Fonte: R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário