A
vereadora Lucimara Passos do PCdoB durante discurso na Câmara de Aracaju em que
tirou uma calcinha do bolso e mostrou aos colegas.
A
vereadora Lucimara Passos usou a tribuna da Câmara de Aracaju, nessa
terça-feira (25), para fazer um discurso inusitado de crítica ao colega
Agamenon Sobral do PP, durante o qual o chamou de “criminoso” e o desafiou a
lhe dar “uma surra”. Durante o discurso, a vereadora tirou uma calcinha do
bolso, mostrou aos colegas e disse que estava sem a peça íntima em protesto
contra o vereador Agamenon – que na semana passada teria chamado de vagabunda
uma mulher que quis se casar sem calcinha e teria dito que ela merecia “uma
surra”.
“Hoje
vim com um vestido mais curto. Também trouxe a minha calcinha no bolso. Alguém
pode me chamar de vagabunda? Alguém pode dizer que tenho de ser surrada?”,
questionou, para silêncio da casa.
E
questionou os parlamentares: “Os senhores não podem me julgar, nem julgar uma
mulher pela roupa que ela veste, em função da calcinha que usa ou se não usa.
Isso não define o meu caráter. Será que vão me dar uma surra quando eu descer
daqui?”.
A
vereadora pediu punição ao colega que fez o pronunciamento. “Esse vereador já
cometeu aqui vários crimes. Antes de chamar a mulher de vagabunda, dizer que
merecia uma surra, disse que ia começar a andar armado, que a população tinha
de se armar, que tinha de pendurar bandido de cabeça para baixo. E essa Casa
não fez nada para puni-lo; tornou-se conivente com esse vereador; não disse a
ele que ele não pode proceder dessa maneira”, afirmou.
O
discurso da vereadora fez alusão ao dia 25 de novembro, quando é celebrado o
Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. “Infelizmente, ainda
nos deparamos com certo tipo de comportamento desprezível, abominável, que
ainda enxerga a mulher como propriedade do homem. Esse é um dos maiores fatores
da violência. Enquanto o homem não se libertar desse sentimento, as mulheres
serão vítimas”, disse.
Em
entrevista a veículos de comunicações de Aracaju, o vereador disse que a
vereadora estava querendo “aparecer” e pediu para ser investigado. “É direito
do vereador contestar. Sobre a Comissão de Ética, quero que seja efetivada
porque já cansei de provar várias vezes sobre tudo o que trato aqui. Não tenho
medo. A vereadora pode vir para tribuna de calcinha ou sem, como quiser, o
problema é dela.”
Uol
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