Queiroz
Galvão e Koleta ajudaram a financiar a campanha do deputado Felipe Maia
O
senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM, é um dos que mais
cobram o aprofundamento das investigações do escândalo da Petrobras e dos
políticos que podem ter se beneficiado com os contratos suspeitos de
superfaturamento da estatal brasileira. Contudo, de acordo com a prestação de
conta dos candidatos de 2014, divulgada neste final de semana pelo Tribunal Superior
Eleitoral, o filho de Agripino, o deputado federal reeleito Felipe Maia, teve
parte de sua campanha financiada por uma das empresas citadas no escândalo, a
Queiroz Galvão, que doou R$ 250 mil para o democrata.
Contudo,
essa não é a única empresa suspeita na lista de doadores da campanha de Felipe
Maia. O democrata recebeu outros R$ 450 mil da empresa Koleta Ambiental LTDA,
citada em escândalo do lixo na cidade de Porto Alegre e que levantou
questionamentos, também, por ter sido uma das maiores doadoras do PT em 2013.
No
caso da Queiroz Galvão, a empresa foi citada pelo ex-diretor da Petrobras,
Paulo Roberto Costa, em depoimento à Polícia Federal. Segundo Costa, as
empreiteiras contratadas pela Petrobras, dentre elas, a Queiroz Galvão, eram
obrigadas a fazer doações para um caixa paralelo de partidos e políticos
integrantes da base de sustentação de Dilma Rousseff (PT).
No
entanto, não foram só aos aliados petistas que a empresa doou. Afinal, a
quantia de R$ 250 mil da Queiroz Galvão chegou à campanha de Felipe Maia por
meio da Direção Nacional do DEM (presidida por José Agripino Maia), em
“transferência eletrônica”, no dia 15 de setembro (últimas semanas da disputa
eleitoral). As doações da Koleta passaram pelas mãos de Agripino, mas como
presidente do Direção Estadual do DEM, e foram todas feitas por meio de
“cheque”.
É
importante ressaltar, porém, que Felipe Maia não foi citado em nenhum dos
supostos depoimentos feitos por Costa. O presidente da Câmara Federal, Henrique
Eduardo Alves, e o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, ambos do
PMDB, por exemplo, foram citados nos depoimentos prestados na PF.
MAFIA
DO LIXO
A
polêmica envolvendo a Koleta foi divulgada em texto publicado no site “Mafia do
Lixo”, dedicado apenas a apontar casos suspeitos de terceirização da coleta de
lixo em várias cidades do País. Em Porto Alegre, no início do ano, o portal já
somava quase 900 dias de contratos
emergenciais questionáveis que tinha a Koleta como beneficiária.
Contudo,
não foi só. A matéria também relembrou que a Koleta foi uma das maiores
doadoras do PT em 2013 – o que gerou também criticas de opositores do Governo
Federal. “As doações da Revita Engenharia S/A e da Koleta Ambiental Ltda, do
grupo Solví, totalizaram o montante de R$ 11,6 milhão ou ainda, ao percentual
de 14,64% das contribuições de empresas privadas e pessoas físicas ao Diretório
Nacional do PT em 2013”, apontou o texto, acrescentando que o grupo Solví,
também foi citado no “escândalo do lixo em São Paulo”.
“O
grupo Solví é uma holding controladora de empresas privadas que atuam nos
segmentos de saneamento, energia, engenharia e lixo, tendo operações no Brasil
e no Peru. Veículos de comunicação de Portugal informam que o grupo brasileiro
SOLVÍ se prepara para a compra da empresa estatal EGF – Empresa Geral do
Fomento S/A sub-holding da Águas de Portugal, que é responsável por 60% dos
resíduos de Portugal, e se encontra hoje em processo de privatização pelo
governo do primeiro ministro Pedro Passos Coelho”, acrescentou o texto.
De
qualquer forma, destaca-se que passou pelas mãos de José Agripino boa parte das
doações para a campanha de Felipe Maia. Afinal, dos R$ 1,9 milhão arrecadados
pelo deputado federal para custear a reeleição dele, R$ 1,4 milhão foram
repassados pelos diretórios estadual ou nacional – ambos, ressalte-se,
presididos pelo senador.
Além
da Koleta e da Queiroz Galvão, também doaram ao DEM: JBS, BM & Bovespa,
Salino Salinas, JSL, Construteckma Engenharia, Bradesco, Fatos Empreendimentos,
Arosuco Aramos e JHV Implementos Rodoviários. Outras empresas, como a Sky (R$
50 mil), a Nissauto (R$ 10 mil), o Itau Unibanco (R$ 100 mil), a Guararapes (R$
50 mil), a Gocil (R$ 100 mil) e a Café Três Corações (R$ 50 mil) doaram direto
para a campanha de Felipe Maia.
WALTER
ALVES
Apesar
da “ajuda” do pai, José Agripino, Felipe Maia não foi o que mais arrecadou
dentre os eleitos no RN na disputa pela Câmara Federal. O posto de maior
arrecadador ficou nas mãos de Walter Alves (PMDB), filho do ministro da
Previdência Social, Garibaldi Alves Filho. Ele juntou R$ 2,5 milhões para
gastar na campanha – e também teve doações da Queiroz Galvão (R$ 150 mil).
Repórter de Política
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