As desculpas, no entanto, segundo a nota do
Capitão PM Styvenson, são direcionadas somente aos policiais civis que
trabalham e com relação aos outros, ele disse que não retira uma vírgula.
O capitão PM Styvenson Valentim, coordenador
da Operação Lei Seca no Rio Grande do Norte, está pedindo desculpas à Polícia
Civil do estado. Em nota enviada ao G1 no início da tarde deste sábado (29),
ele admitiu ter agido intempestivamente ao generalizar sua insatisfação quando
disse que “policial civil ganha muito bem para não fazer nada”. E complementa:
“Reconheço a minha explosão emotiva por buscar um serviço público melhor, e por
isso, aos policiais civis que de fato trabalham e honram o cargo, minhas
sinceras desculpas por ter colocado os senhores nos rol dos funcionários
públicos preguiçosos, dos parasitas, e que todos sabem que existem".
A declaração feita por Styvenson causou
revolta e indignação, principalmente a agentes e delegados da Polícia Civil. As
palavras do capitão estão em um áudio de quase dois minutos que vazou de um
grupo de WhatsApp. Nele, o capitão fala com uma mulher sobre como proceder após
ela ter se envolvido numa determinada ocorrência de trânsito. A gravação, ainda
segundo Styvenson, "foi recortada", ressalta.
O Sindicato dos Policiais Civis e Servidores
da Segurança Pública do RN (Sinpol/RN) disse que a declaração do capitão “é
despropositada e, principalmente, desrespeitosa para com uma categoria que
tanto faz pela segurança pública do Rio Grande do Norte”. E que “ao contrário
do que pensa e declara o capitão Styvenson, os policiais civis trabalham duro
diariamente, mesmo sem muitas vezes disporem de condições e estrutura
adequada”. E complementa: “Acontece que,
ao contrário do próprio capitão Styvenson, os policiais civis não usam a mídia
para promoção pessoal e nem para expor o trabalho que é feito diariamente. Os
policiais civis trabalham de maneira silenciosa, usando de inteligência e
ferramentas investigativas".
Já a Associação dos Delegados de Polícia Civil
do Rio Grande do Norte (Adepol/RN), disse que “o referido oficial desqualifica,
afronta e agride a categoria e a instituição Polícia Civil”, e que “o capitão
Styvenson atacou, de forma grosseira, a honra de uma categoria que é
reconhecida pela sociedade potiguar pelo seu profissionalismo e
comprometimento, atributos que devem ser preservados, sob pena de comprometer a
própria ordem pública”. Ainda de acordo com a associação, “generalizar e
colocar na vala comum todos os integrantes de uma instituição é uma medida
arrogante e presunçosa".
Processo administrativo
Comandante geral da Polícia Militar no
estado, o coronel Dancleiton Pereira disse que “a Polícia Militar está
analisando o ocorrido", e que "o capitão vai responder a um processo
administrativo". O procedimento, segundo ele, será instaurado nesta
segunda-feira (30). Dancleiton ainda destaca que “a ética policial militar
impõe a todos os seus integrantes conduta profissional ilibada com a rigorosa
observância das leis, regulamentos e normas que regem nossa instituição”. Por
fim, o comandante frisa: “a Polícia Militar e a Polícia Civil são irmãs no
contexto da Segurança Pública e que se relacionam muito bem no dia a dia no
combate à criminalidade e defesa do cidadão”.
Já a Secretaria Estadual de Segurança
Pública, limitou-se a dizer que neste primeiro momento não vai se manifestar
sobre o assunto.
O capitão Styvenson Valentim começou a ganhar
notoriedade em 2014, quando recebeu a missão de comandar a Operação Lei Seca no
estado. Considerado um policial extremamente honesto em razão do pulso firme,
rigidez e correção na forma de conduzir o trabalho que desenvolve, logo virou
notícia. Nas ruas, é tratado como celebridade.
Do G1
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