Curiosa
e “viciada” em saber sempre mais. É desta forma que se mostra a estudante
Eligézia Justina de Almeida Castro. Aos 18 anos, a aluna do Colégio Nossa
Senhora dos Prazeres, em Goianinha, é uma dos 250 candidatos que atingiram a
nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio - dos 6.193.565 que
realizaram as provas em todo o país. Além dela, outros dois estudantes do Rio
Grande do Norte, da rede privada de ensino em Natal, alcançaram também os 1.000
pontos na redação.
Filha
única de professora da rede pública e moradora de Canguaretama, cidade distante
70 quilômetros de Natal, ela conta que sempre se espelhou na mãe que
“estimulava e se sacrificava para dar a melhor educação” e desde pequena
gostava de “brincar” de aprender. Além da jornada na escola, boa parte do tempo
livre é dedicado aos livros.
“Eu
sempre tive uma sede inesgotável de saber
mais. Já cheguei a fazer terapia para saber organizar melhor o meu
tempo, porque eu só queria estudar. Mas não sou Nerd ou outro rótulo pesado do
tipo, sou somente esforçada”, se define com um riso humilde.
O
histórico escolar é testemunha. Desde o ensino infantil está entre os primeiros
da sala. No 1º ano do ensino médio, quando “estreou” o teste do Enem, conseguiu a nota mais alta
entre os alunos de todo o ensino médio do Colégio em que estuda. Em 2013, fez
700 na redação. “Mas não esperava a nota máxima agora”, revela.
O
desejo de entrar para uma Universidade Pública sempre esteve entre os sonhos
dela, mas nunca tão próximo como agora.
Resta decidir o curso a seguir. Com a pontuação na redação e média geral
de 682,25, a opção para Psicologia disputa a preferência com o curso de
Nutrição.
O
novo sistema de seleção adotado para acesso às Universidades brasileiras, o
Sisu, permite a escolha de cursos e instituições a partir da nota obtida no
Enem. Certo mesmo está a escolha pela UFRN. Diferente de outros estudantes do
interior que buscam estudar em Natal ou outros estados, Eligézia diz não ter
vontade de mudar o endereço. “Não tive vontade de fazer o ensino médio fora,
também não quero uma faculdade longe. Podemos fazer algo bem feito onde
estamos”, afirma.
Sobre
“Publicidade Infantil”, tema da redação do Enem 2014, ela conta que o assunto
chegou a ser tratado em sala de aula, mas de forma mais fragmentada, e por
estar no cotidiano, além de jornais,
televisão e revistas não sentiu dificuldade. E
sentencia: mais importante que conhecer o tema, é ter o domínio da
estrutura de redação.“Saber como se faz uma redação, estruturalmente falando,
faz com que qualquer tema seja melhor apresentado e aumenta a capacidade de
argumentação”, analisa.
Para
o exame, além de aulas de segunda a sábado na escola da cidade vizinha a que
mora, pelo menos quatro horas diárias eram dedicadas a revisão e novas
leituras. Muitos assuntos eram vistos antes mesmo de ser abordados em sala de
aula. “Essa antecipação acho que me ajuda a assimilar melhor”, disse.
Com
nota 1.000, Ana Luíza volta a concorrer em 2015
Estudantes
que se inscrevem para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sem estar
cursando o último ano do Ensino Médio esperam adquirir experiência, mas o
“teste” pode trazer boas surpresas. Como a estudante Ana Luiza Pinto, que cursa
o 2º ano do ensino médio no CEI, da Romualdo Galvão, que também atingiu a nota
1.000 na redação deste ano do Enem.
Aos
17 anos, Ana Luiza disse que sempre se dedicou às aulas de redação, mas não é
uma leitora habitual. “Eu procuro sempre acompanhar as aulas e tenho me
preparado bem, mas não tenho muito o hábito de ler. Vejo mais o que meus pais
leem, acompanho noticiário quando posso. Eu pratico muito a redação na escola”,
disse.
Apesar
da nota máxima na redação, a estudante não vai buscar meios para ingressar em
uma universidade este ano. Ana Luiza decidiu dedicar mais um ano para estar
preparada para o Enem 2015, quando pretende concorrer a uma vaga no curso de
Medicina.
Mesmo
com a dedicação nos estudos, o resultado surpreendeu. “Todo mundo ficou muito
feliz, até porque ninguém esperava, né? O pessoal da escola já me ligou também
para parabenizar. Estou muito feliz”, disse Ana Luiza. A estudante irá
intensificar os estudos com um curso isolado de Matemática para obter melhores
resultados na área que reconhece menor domínio.
Tribuna do Norte
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