A
Indonésia negou todos os pedidos de clemência feitos pela defesa do brasileiro.
A
presidente Dilma Rousseff conversou na manhã desta sexta-feira, 16, com o presidente
da Indonésia, Joko Widodo, para transmitir “apelo pessoal” por razões
"eminentemente humanitárias" em favor dos brasileiros Marco Archer
Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, ambos condenados à morte, informou
em nota a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
De
acordo com o governo brasileiro, o presidente Widodo “disse compreender a
preocupação da presidente com os dois cidadãos brasileiros, mas ressalvou que
não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites
jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi
garantido o devido processo legal”.
Segundo
a nota da Secom, Dilma lamentou profundamente a decisão de Widodo de manter a
decisão pela execução de Marco Archer, episódio “que vai gerar comoção no
Brasil e terá repercussão negativa para a relação bilateral”.
O
assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o Itamaraty
ampliaram nos últimos dias os esforços para assegurar a conversa de Dilma com o
presidente Widodo.
A
Indonésia negou todos os pedidos de clemência feitos pela defesa do brasileiro
para que se evitasse a execução de Archer. No Brasil,não existe pena de morte e
as informações são de que nunca um brasileiro foi executado para dar
cumprimento a uma sentença deste tipo.
O
brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, preso há 11 anos, é carioca, tem 53
anos e trabalhava como instrutor de voo livre. Ele foi preso quando tentava
entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de uma
asa delta em 2003 e teve a droga foi descoberta ao passar pelo aparelho de
raios x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Ele conseguiu fugir do
aeroporto,mas acabou preso duas semanas depois.
O
surfista Rodrigo Gularte foi preso em 2004, também no aeroporto de Jacarta, com
12 pacotes de cocaína. A droga estava escondida em oito pranchas. O surfista
estava a caminho da ilha de Bali, acompanhado de dois amigos, mas assumiu
sozinho a autoria do crime de tráfico internacional de drogas. O surfista teve
o pedido de clemência negado e também aguarda a execução.
Confira
a íntegra da nota da Secom:
Indonésia,
Joko Widodo, para transmitir apelo pessoal em favor dos cidadão s brasileiros
Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenados à morte
pela Justiça da Indonésia e na iminência de serem executados.
A
Presidenta ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros.
Disse respeitar a soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas como
Chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente
humanitárias. A Presidenta recordou que o ordenamento jurídico brasileiro não comporta
a pena de morte e que seu enfático apelo pessoal expressava sentimento da
sociedade brasileira.
O
Presidente Widodo disse compreender a preocupação da Presidenta com os dois
cidadãos brasileiros, mas ressalvou que não poderia comutara sentença de Marco
Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei
indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal.
“A Presidenta Dilma reiterou lamentar
profundamente a decisão do Presidente Widodo de levar adiante a execução do
brasileiro Marcos Archer, que vai gerar comoção no Brasil e terá repercussão
negativa para a relação bilateral.”
Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário