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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Enquanto Araújo Silva se aposenta e vira blogueiro, Styvenson continua na Lei Seca!

Ex-comandante geral da PM lamenta não ter feito mais pela segurança do Estado.
Mesmo com a nova equipe da PM já trabalhando, desde o início do ano, com o coronel Ângelo Dantas no cargo principal, a passagem oficial do comando da instituição foi realizada na manhã desta quarta-feira (14), no Quartel do Comando Geral, no Tirol. A solenidade contou com a presença do governador Robinson Faria e da secretária de Segurança, Kalina Leite.

Aposentado, coronel Francisco Araújo, conversou com o Jornal de Hoje e falou sobre o tempo que passou como comandante geral e as dificuldades que enfrentou, principalmente na questão financeira da PM.

Segundo ele, a falta de verba sempre foi um problema desde que assumiu o cargo – março de 2010, ainda na gestão Iberê de Souza, até dezembro de 2014, com o fim da gestão Rosalba Ciarlini. “O Estado ainda enfrenta e nós enfrentamos grandes dificuldades financeiras e orçamentárias. Isso nos impede de fazer muitas coisas que pretendíamos. Não tivemos como contratar efetivo. As dificuldades de manutenção da máquina foram grandes. Tivemos problemas com os uniformes, equipamentos. Vamos dizer que a parte de sobrevivência da instituição foi muito afetada, devido a essas questões financeiras”.

Mesmo assim, a segurança feita durante a Copa do Mundo, em Natal, foi digna de elogios, sendo apontada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), como o próprio coronel Araújo destacou. “Conseguimos realizar a Copa num padrão internacional que foi visto pela população do RN, Brasil e mundo. Foi elogiado por toda a Fifa, organismos organizacionais. Até mesmo a delegação dos Estados Unidos, elogiou bastante o nosso trabalho”. Mesmo com o resultado positivo, Francisco Araújo recorda que as dificuldades financeiras atrapalharam o planejamento para o evento.

“Na Copa, realmente sentimos essas dificuldades. Queríamos fazer alguma coisa, mas barrávamos na questão financeira. Na Operação Verão, Carnaval e Carnatal, também sentimos dificuldades. Poderíamos ter feito muito mais. Sempre contei com o apoio incondicional da tropa. Esse foi um dos pontos importantes. Sempre que precisei, a tropa sempre correspondeu. Estive sempre na linha de frente de todas as operações. Dando o apoio para a equipe”.

Questionado se sente frustrado por não ter conseguido, em determinados momentos, realizar o trabalho que desejava, Araújo nega. “Não digo frustrado. Gerenciamos um órgão, mas é uma instituição do Estado do RN. Pertence ao Estado. Sentimos bastante por querer fazer alguma coisa e não ter como fazer. Mas o gestor tem que compreender o momento”.

O coronel ainda lembrou das conquistas da categoria durante o período no qual ele foi comandante geral. “Hoje, o subsídio de ativos e inativos são praticamente iguais. Outra parte importante foi a conquista da Lei de Promoção de Praças da PM, que não tinham carreira, agora têm. Outro ponto marcante e que foi uma conquista de todos os policiais é o fato deles conseguirem arma e porte. Todos os PMs da área operacional têm suas pistolas agora”.

Mesmo com as dificuldades, o ex-comandante disse que deixa o comando com o sentimento de que fez o melhor com as condições que lhe foram dadas. “A experiência que tive foi a melhor possível. Todo militar sonha em ser coronel e todo coronel sonha em ser comandante geral. Foram 30 anos na PM e, agora, deixo a corporação com o sentimento do dever cumprido. A missão dada foi cumprida.

Sobre o que o novo Governo tem que fazer para diminuir os índices de violência no Rio Grande do Norte, Francisco Araújo destacou a necessidade de se melhorar as condições de trabalho. “Dar, realmente, as condições de trabalho para as instituições de segurança pública, principalmente na PM. Temos homens e mulheres comprometidos com a instituição. Que cuidam, que zelam, que se esforçam. Precisam de apoio institucional. Condições de trabalho. Melhor uniforme, pagamento das diárias em dia pelos trabalhos extras. Quantidade de veículos, equipamentos. Tudo isso melhora. Claro que não só a PM, todos os órgãos do sistema de segurança”.

Agora aposentado, o coronel Araújo disse que ainda está planejando o que vai fazer da vida. A primeira providência foi criar uma página na internet, o “Blog do Coronel Araújo”. “Eu tinha o Blog do Comandante, mas fiquei um tempo sem atualizar. Agora, criei esse blog. Lá, irei escrever sobre assuntos diversos e tentar ajudar a população da maneira que puder. Agora, passo para a reserva, mas estou pronto para receber novas missões. Tenho 50 anos de idade e ainda tenho muito o que fazer. Espero ter muitos anos de vida para cumprir missões no futuro”.

Nova gestão deverá investir mais nos comandos

Nos últimos dias, as redes sociais se encheram de textos e áudios que davam conta de que o tenente PM Styvenson Valentim, comandante da Lei Seca no Rio Grande do Norte, estaria sendo transferido para outro setor. Uma declaração de uma pessoa que não se identificou informava que o tenente passaria a trabalhar na Polícia Ambiental e já teria, inclusive, avisado que “não iria tolerar som alto e paredões durante o Carnaval”.

Porém, nesta quarta, durante a solenidade de passagem do comando da Polícia Militar, a secretária de segurança, Kalina Leite, afirmou que tudo não passou de boatos. “Isso aí não existe. Essas informações que estão circulando nas redes sociais são de pessoas que querem atrapalhar o trabalho que está sendo bem feito. O tenente Styvenson vem fazendo um grande trabalho na Lei Seca e essa mudança sequer foi discutida”.

Kalina também adiantou que nos próximos meses os trabalhos da Lei Seca serão qualificados. “O nosso Governo não irá tirar nada do que vem dando certo, muito pelo contrário. Iremos qualificar ainda mais para termos melhores resultados. As blitzen da Lei Seca estão nesse meio. É um trabalho que vem dando certo e que irá ser qualificado. Vamos dar as melhores condições possíveis para conseguir trazer ainda mais resultados positivos”.

Também durante a cerimônia, o governador Robinson Faria falou sobre o atual momento da segurança no Estado, onde mais de 50 homicídios já foram registrados apenas nos 13 primeiros dias do ano. “Eu reafirmo o compromisso que tenho com a segurança. Nós vamos proporcionar a melhor estrutura para a PM. Tivemos alguns casos que os crimes foram cometidos e a polícia estava perto do local e conseguiu prender os suspeitos. No interior já estamos tendo alguns retornos positivos. Vamos tirar recursos de onde for necessário para conseguir garantir segurança para a população. O Governo irá fazer a sua parte, mas também irei cobrar que os resultados aconteçam o mais rápido possível”.

Em uma entrevista que tinha dado recentemente, Robinson declarou que não poderia mudar em pouco tempo o que vinha acontecendo há anos, quando questionado sobre os homicídios que tinham acontecido até o dia 6 de janeiro. “Não posso mudar em dois dias o que já vem acontecendo há 10 anos. O Rio Grande do Norte precisava de um governador que se preocupasse com a segurança e desde a minha campanha que eu falo que a segurança pública terá prioridade máxima. Já estamos colocando em prática algumas ações emergenciais e já estamos fazendo planos a médio-prazo, que serão adotados permanentemente”.

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