Consórcio
Inframérica não estaria sendo ressarcido devidamente com recursos.
O
Aeroporto Internacional Governador Aluísio Alves, localizado no município de
São Gonçalo do Amante, região metropolitana de Natal, foi inaugurado no dia 31
de maio de 2014, e, desde então, o Consórcio Inframérica está impossibilitado
de receber os recursos provenientes da taxa de embarque de passageiros, que não
é cobrada no terminal. Isso acontece porque, segundo Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC), o novo aeroporto só poderá cobrar taxa de embarque, após
a análise do relatório de obras que foi enviado à agência, desde setembro, e a
posterior liberação. Diante da situação, o prefeito de São Gonçalo do Amarante,
Jaime Calado, criticou a ANAC por não liberar a cobrança da taxa. “A ANAC está
boicotando, criminosamente, o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante”.
“O
que está acontecendo é inaceitável, pois a ANAC não deixa a empresa que
investiu dinheiro privado – na ordem de mais de 600 milhões – a receber a
tarifa relativa às taxas de embarque. O serviço está sendo prestado e nada está
sendo cobrado. No final das contas, todo mundo está perdendo. Perde o Consórcio
Inframérica, perde o Rio Grande do Norte e, principalmente, o nosso município”,
denunciou Jaime.
Desde
o início da operação do aeroporto, segundo Jaime Calado, mais de R$ 1,3 milhão
passageiros passaram pelo aeroporto e o Consórcio Inframérica deixou de receber
a taxa sobre todos os bilhetes. Além disso, o município de São Gonçalo do
Amarante perde 5% sobre cada bilhete, correspondente ao Imposto Sobre Serviço
(ISS). Segundo dados da ANAC, o valor a ser cobrado pelo aeroporto de São
Gonçalo seria de R$ 21,49 nos embarques domésticos e R$ 38,04 mais US$ 18 nos
embarques internacionais.
A
explicação apresentada pela Agência Nacional de Aviação Civil é de que o
aeroporto não foi concluído. No entanto, esse argumento é duramente rebatido
pelo prefeito. “A empresa investe mais de R$ 600 milhões e é tratada dessa
forma. Não entendo como o aeroporto foi autorizado pela própria ANAC para
funcionar e não é autorizado a receber pelo serviço prestado. Não entendo essa
discriminação com o aeroporto do Rio Grande do Norte se a mesma ANAC acaba de
liberar mais de 800 novos voos para cá”, lamenta o prefeito. Ele conta que já
encontrou aeroportos em condições muito mais precárias e que recebem a taxa de
embarque.
“Falo
não apenas como prefeito, mas como usuário. Recentemente viajei para o Rio de
Janeiro e tive que usar o banheiro interditado do aeroporto Tom Jobim porque
não tinha outro. Nosso aeroporto funciona melhor do que muitos outros, Brasil
afora e é tratado dessa forma. Não vejo nenhuma reclamação do aeroporto. A
reclamação que vejo é em relação aos acessos, mas isso não é responsabilidade
da empresa e sim do Governo”, reclama.
A
falta do repasse, segundo o prefeito Jaime Calado, prejudica a manutenção do
aeroporto. “A empresa privada precisa desse recurso para poder investir e fazer
uma manutenção permanente. Antes o aeroporto tinha uma manutenção melhor e hoje
não tem uma manutenção 100%. Vou dar um exemplo: todas as lâmpadas internas,
eles apagaram umas e deixaram outras acesas porque estão gastando muito. Não
sei como eles estão funcionando. A falta do recurso corta qualquer
possibilidade de investimento e, em médio prazo, pode comprometer a qualidade
do serviço prestado”, fala o prefeito de São Gonçalo do Amarante.
No
próximo mês, o prefeito de São Gonçalo deve ir a Brasília para solicitar uma
audiência com a ANAC e com o Consórcio Inframérica para tentar resolver essa
pendência. Na ocasião, o prefeito deve convocar a bancada federal para
pressionar o órgão a liberar a cobrança da taxa de embarque.”É uma situação
muito estranha, pois se a ANAC encontrasse alguma irregularidade que aplicasse
uma multa à empresa, mas não, eles preferem não ceder e não liberar o pagamento
da taxa de embarque”.
JH
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