Dos
candidatos ao Executivo no Rio Grande do Norte, apenas 24% são mulheres. No total,
são 336 homens disputando o cargo de prefeito e outras 83 mulheres almejando o
mesmo posto. Na análise estatística do cargo de vice-prefeito, o percentual é
um pouco maior, superando os 30% de mulheres candidatas. São 327 homens
inscritos na disputa pelo cargo de vice-prefeito e outras 102 mulheres.
O
cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
João Evangelista, observou que embora o Estado potiguar seja governador por uma
mulher e o maior colégio eleitoral tenha uma mulher como prefeita não aponta,
"a rigor", para uma preponderância feminina. "A rigor o fato de
ter a coincidência de uma mulher sendo prefeita e uma governadora não é
expressão segura de que a dominação masculina no Rio Grande do Norte é
diferente do resto do país", comentou.
O
professor chamou atenção para a dominação masculina sobre as mulheres que estão
exercendo mandatos. "A tendência é que as figuras masculinas exercem o
poder nos bastidores. Não é o fato de termos uma mulher a frente de um determinado
cargo que assegura o gênero feminino exercendo o poder", analisou o
professor.
Ele
ponderou que o fato de ter uma mulher no poder mostra que a sociedade está
mudando. "Mas é preciso analisar esse fato com certa cautela. No interior,
a maioria das mulheres que ocupam posição de liderança, poder real é exercido
por uma figura masculina, temos que caminhar muito no sentido de simetria entre
homem e mulher", destacou João Evangelista.
O
cientista político chamou atenção para legislação que exige a cota de 30% de
gênero nas chapas proporcionais, e disse que isso ajuda o processo de
compartilhamento da mulher. "A
sociedade ainda precisa se democratizar muito para ter uma isonomia",
completou, acrescentando que de maneira geral "o exercício do poder ainda
é muito acentuadamente exercido pelos homens".
O
pleito no principal colégio eleitoral do Estado, a cidade de Natal,
caracteriza-se em 2012 pela ausência de mulheres na disputa. Administrada
atualmente por uma mulher, a prefeita Micarla de Sousa, em Natal estão na
disputa seis candidatos homens e a apenas uma mulher disputa a vice, no caso a
ex-governadora Wilma de Faria (PSB), que já foi prefeita da capital por três
mandatos.
Em
Mossoró, segundo maior colégio eleitoral, a predominância da mulher volta a se
configurar no cenário da disputa pela Prefeitura. Pesquisas recentes mostraram
a disputa entre a deputada Larissa Rosado e a vereadora Cláudia Regina.
Influência
do horário eleitoral é menor no público feminino
Para
74% das mulheres brasileiras, o programa político eleitoral gratuito não
influencia seu voto, e apenas 15% crêem ser necessária sua exibição para
conhecer melhor o candidato. É o que aponta levantamento realizado pela Sophia
Mind (www.sophiamind.com) - Empresa de Pesquisa e Inteligência de Mercado
Feminino do grupo Bolsa de Mulher (www.bolsadeulher.com) -, que mapeou as
percepções das eleitoras brasileiras sobre a campanha partidária eleitoral na
televisão. A análise foi feita com uma amostra de mais de 600 mulheres, entre
18 e 60 anos, das classes A e E de todo o Brasil.
A
pesquisa revelou que a proporção entre as mulheres que assistem ao programa
eleitoral é quase equivalente. 52% delas
afirmam acompanhar o horário eleitoral, mas apenas 8% esperam que este a ajude
na escolha do voto. 32% das entrevistadas responderam que os candidatos fazem
sempre o mesmo discurso e 23% afirmaram que a propaganda incomoda, mas procuram
assistir para se informarem melhor sobre eles. Já 30% se dividem entre as que
crêem ser necessária para que se conheça os candidatos ou que o programa é
desigual, pelo tempo irregular dado a cada partido.
A
pesquisa revelou ainda que tanto para as que assistem como também as que não o
fazem, outros meios são importantes para a busca de informações. Os mais
procurados são a Internet e os jornais, seguidos ainda das redes sociais,
rádio, revista e e-mail.
Quase
a metade (42%) diz que as notícias que acompanha tem mais peso na eleição do
que o próprio programa político e, para 18%, o candidato já está decidido no
momento em que este começa a ser veiculado. Destas, apenas 8% admitem a
possibilidade de mudar o voto por causa da campanha na TV.
A
pesquisa ainda analisou, com a opinião de suas entrevistadas, um termômetro de
grau de importância das propagandas políticas. Para a maior parte (44%), o
programa político eleitoral na TV tem baixa importância, enquanto 30% acreditam
que apresenta média importância e 26% dão muita importância para essa
programação para a escolha de seus candidatos.
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