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sábado, 8 de setembro de 2012

Mulheres ocupam 24% das candidaturas majoritárias

Dos candidatos ao Executivo no Rio Grande do Norte, apenas 24% são mulheres. No total, são 336 homens disputando o cargo de prefeito e outras 83 mulheres almejando o mesmo posto. Na análise estatística do cargo de vice-prefeito, o percentual é um pouco maior, superando os 30% de mulheres candidatas. São 327 homens inscritos na disputa pelo cargo de vice-prefeito e outras 102 mulheres.

O cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, João Evangelista, observou que embora o Estado potiguar seja governador por uma mulher e o maior colégio eleitoral tenha uma mulher como prefeita não aponta, "a rigor", para uma preponderância feminina. "A rigor o fato de ter a coincidência de uma mulher sendo prefeita e uma governadora não é expressão segura de que a dominação masculina no Rio Grande do Norte é diferente do resto do país", comentou.


O professor chamou atenção para a dominação masculina sobre as mulheres que estão exercendo mandatos. "A tendência é que as figuras masculinas exercem o poder nos bastidores. Não é o fato de termos uma mulher a frente de um determinado cargo que assegura o gênero feminino exercendo o poder", analisou o professor.

Ele ponderou que o fato de ter uma mulher no poder mostra que a sociedade está mudando. "Mas é preciso analisar esse fato com certa cautela. No interior, a maioria das mulheres que ocupam posição de liderança, poder real é exercido por uma figura masculina, temos que caminhar muito no sentido de simetria entre homem e mulher", destacou João Evangelista.

O cientista político chamou atenção para legislação que exige a cota de 30% de gênero nas chapas proporcionais, e disse que isso ajuda o processo de compartilhamento da  mulher. "A sociedade ainda precisa se democratizar muito para ter uma isonomia", completou, acrescentando que de maneira geral "o exercício do poder ainda é muito acentuadamente exercido pelos homens".

O pleito no principal colégio eleitoral do Estado, a cidade de Natal, caracteriza-se em 2012 pela ausência de mulheres na disputa. Administrada atualmente por uma mulher, a prefeita Micarla de Sousa, em Natal estão na disputa seis candidatos homens e a apenas uma mulher disputa a vice, no caso a ex-governadora Wilma de Faria (PSB), que já foi prefeita da capital por três mandatos.

Em Mossoró, segundo maior colégio eleitoral, a predominância da mulher volta a se configurar no cenário da disputa pela Prefeitura. Pesquisas recentes mostraram a disputa entre a deputada Larissa Rosado e a vereadora Cláudia Regina.

Influência do horário eleitoral é menor no público feminino

Para 74% das mulheres brasileiras, o programa político eleitoral gratuito não influencia seu voto, e apenas 15% crêem ser necessária sua exibição para conhecer melhor o candidato. É o que aponta levantamento realizado pela Sophia Mind (www.sophiamind.com) - Empresa de Pesquisa e Inteligência de Mercado Feminino do grupo Bolsa de Mulher (www.bolsadeulher.com) -, que mapeou as percepções das eleitoras brasileiras sobre a campanha partidária eleitoral na televisão. A análise foi feita com uma amostra de mais de 600 mulheres, entre 18 e 60 anos, das classes A e E de todo o Brasil.

A pesquisa revelou que a proporção entre as mulheres que assistem ao programa eleitoral é quase equivalente.  52% delas afirmam acompanhar o horário eleitoral, mas apenas 8% esperam que este a ajude na escolha do voto. 32% das entrevistadas responderam que os candidatos fazem sempre o mesmo discurso e 23% afirmaram que a propaganda incomoda, mas procuram assistir para se informarem melhor sobre eles. Já 30% se dividem entre as que crêem ser necessária para que se conheça os candidatos ou que o programa é desigual, pelo tempo irregular dado a cada partido.

A pesquisa revelou ainda que tanto para as que assistem como também as que não o fazem, outros meios são importantes para a busca de informações. Os mais procurados são a Internet e os jornais, seguidos ainda das redes sociais, rádio, revista e e-mail.

Quase a metade (42%) diz que as notícias que acompanha tem mais peso na eleição do que o próprio programa político e, para 18%, o candidato já está decidido no momento em que este começa a ser veiculado. Destas, apenas 8% admitem a possibilidade de mudar o voto por causa da campanha na TV.

A pesquisa ainda analisou, com a opinião de suas entrevistadas, um termômetro de grau de importância das propagandas políticas. Para a maior parte (44%), o programa político eleitoral na TV tem baixa importância, enquanto 30% acreditam que apresenta média importância e 26% dão muita importância para essa programação para a escolha de seus candidatos.
Tribuna do Norte

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