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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

PMDB ficará no comando da Câmara e Senado, diz ministro

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, disse em entrevista  à TRIBUNA DO NORTE que o PMDB deve comandar as duas Casas do Congresso Nacional a partir de 2013. Na Câmara dos Deputados, por causa de um acordo com o Partido dos Trabalhadores (PT). E, no Senado, "porque tem a maior bancada". "Tenho certeza, que vamos ter a presidência das duas Casas", afirmou o ministro.

Mendes Ribeiro não tem dúvida de que o acordo firmado com o PT será mantido, mesmo com a possibilidade de o PMDB assumir a presidência do Senado. "O deputado federal, Henrique Eduardo Alves, líder do meu partido, será o próximo presidente da Câmara dos Deputados", afirmou Mendes Ribeiro. O acordo que garante apoio a um nome peemedebista para a presidência da Câmara foi selado pelo então presidente do PT, José Eduardo Dutra, por ocasião da eleição do petista Marco Maia (RS) para a presidência da Câmara, em 2011.

Ficou estabelecido que, nos dois primeiros anos dessa legislatura, a Câmara seria presidida por um petista e, nos dois anos finais, por um peemedebista. Numa reunião em 8 de agosto, com a presença do vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, os atuais presidentes dos dois partidos,  Rui Falcão (PT), e Valdir Raupp (PMDB) confirmaram que o acordo será respeitado.

O acordo não vale para a disputa pela presidência do Senado, onde o regimento interno estabelece que a legenda com maior bancada faz a indicação do presidente da Casa. No caso, o PMDB, com 19 senadores, em exercício nessa legislatura. A eleição para as duas Casas ocorrerá no inicio de fevereiro de 2013. A ratificação do documento foi uma iniciativa do petista, Rui Falcão. Em entrevista recente, Michel Temer declarou: "Falcão achou melhor ratificarmos o documento para não deixar dúvidas de que a próxima presidência da Câmara será de um candidato do PMDB".

Para o ministro Mendes Ribeiro Filho não há riscos de o acordo ser quebrado. "Nas  últimas eleições, os dois partidos têm se revezado na presidência da Casa, então é natural que se repita essa prática", afirmou o ministro que esteve em Natal para a assinatura da Instrução Normativa que dá condições o Rio Grande do Norte de avançar para o nível de área livre de aftosa com vacinação.

Em entrevista, o deputado Henrique Eduardo disse que "está tudo caminhando bem para que o PMDB assuma a presidência, pelo compromisso PT e PMDB". Segundo ele, depois das eleições, a bancada do partido se reúne para indicar um nome. O deputado federal disse que o apoio do PT é importante, "porque se honra um compromisso, mas não basta". "Eu gostaria de ter uma candidatura de consenso da Casa, que fortaleça a casa para o presente e para o futuro", disse.

Henrique Eduardo, que tem apoio já declarado da presidente Dilma Rousseff, adiantou que tem procurado todos os partidos, todos os deputados, individualmente, "porque o acordo não resolve, a eleição passa por todos os partidos, por todos os deputados".

Líder do PT afirma que apoia nome dos peemedebistas

O líder do Partido dos Trabalhadores, no Senado Federal,  não questiona o direito do PMDB à cadeira da Presidência nesta Casa legislativa. Pelo contrário, o senador Walter de Freitas Pinheiro, líder do PT, no Senado, afirmou à reportagem da TRIBUNA DO NORTE que o partido dará apoio ao nome peemedebista que for lançado para a Presidência do Senado, para a sucessão do senador José Sarney (PMDB).

"Quem o PMDB indicar no senado", afirmou o senador, "o PT vai apoiar e orientar a bancada favoravelmente". Segundo ele, a regra, estabelecida no regimento interno do Senado Federal, será mantida com indicação de um senador do partido que tem a maior bancada. O PMDB tem  19 senadores, entre os 81 que compõem o senado. O segundo maior partido tem 13. "É uma diferença grande. Não há questionamento quanto a isso", afirmou o senador.

Dentro da tradição, os demais partidos devem ajudar a compor a mesa diretora. Geralmente, as bancadas têm apoiado chapa única. Hoje, Renan Calheiros é  considerado o nome mais forte do PMDB à presidência do Senado. Mas líderes do PMDB avaliam que o escolhido poderá ser o atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que é senador licenciado. Seu nome chegou a ser cogitado nos bastidores como sendo "uma indicação da presidente Dilma Rousseff".

DEM prefere esperar definição das principais bancadas

O senador potiguar José Agripino (DEM) declarou que o partido vai se reservar a opinar sobre a sucessão no Senado Federal "quando a chapa for definida e lançada". No entanto, concorda que "naturalmente, o PMDB que tem maior bancada no Senado deve indicar o nome à presidência". A eleição, segundo o democrata, está condicionada não apenas à tradição, mas ao que estabelece o regimento interno.

Apesar da resistência em falar sobre a sucessão do senador José Sarney, o democrata adiantou que "seguramente", por ter cinco senadores, o seu partido deve pleitear cargo na mesa diretora. "Na Câmara Federal", ponderou o senador da República, "quem vai decidir sobre a indicação à presidência é a base do PT e do PMDB. Essa é uma discussão entre eles". Ouvido pela TN, o senador Paulo Davim (PV) disse que a sucessão ainda não está em pauta.

"Ainda não se fala da eleição, mas o PMDB, provavelmente, deverá ter o presidente das duas Casas e, no caso do Rio Grande do Norte", afirmou Paulo Davim, "se a presidência da Câmara ficar com Henrique Eduardo, pelo acordo PT/PMDB, será muito bom para nosso Estado". Os dois senadores acreditam que os debates e negociações com vistas à sucessão do senador José Sarney, no Senado, e do deputado federal Marco Maia, na Câmara já devem começar após as eleições de 7 de outubro.
DaTribuna do Norte

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