O
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira (6) que
considera "pouco promissor" o caminho escolhido por seis governadores
de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a revisão do critério de
reajuste do piso nacional do magistério. O Ministério da Educação (MEC) já
mantinha uma mesa de negociação com estados, municípios e a Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) para avaliar a possibilidade de
mudar o cálculo do reajuste, por meio de um projeto de lei que já tramita no
Congresso Nacional.
"Nós
não fomos informados sobre essa iniciativa [da ação]. Consideramos que não é um
caminho promissor você judicializar novamente a questão. O mais prudente e construtivo
é abrir um diálogo transparente com nós fizemos", disse Mercadante, logo
após participar de um encontro de ministros da Educação da Ibero-América. A
ação é assinada pelos governadores de Mato Grosso do Sul, Goiás, do Piauí, Rio
Grande do Sul, de Roraima e Santa Catarina.
Pelas
regras atuais, o piso deve ser reajustado anualmente a partir de janeiro, tendo
como critério o crescimento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica (Fundeb). Entre 2011 e 2012, o índice foi 22% e o valor passou
de R$ 1.187 para R$ 1.451. Os estados alegaram que essa variação superior a 22%
registrada nos últimos dois anos era "insustentável" para as contas
públicas.
Um
projeto de lei que tramita no Congresso, com apoio dos governadores, pretende
mudar o parâmetro do reajuste para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC). Professores e o próprio MEC consideram esse critério ruim, já que a
correção apenas da inflação não significaria ganho real para os trabalhadores.
Uma mesa de negociação montada pelo ministério tentava chegar a um
"meio-termo" para esse índice.
"O
MEC tem uma posição clara: nós achamos que o piso tem que ter um crescimento
real e sustentável. O ritmo pode não ser o mesmo que tivemos no passado porque
realmente as finanças municipais e estaduais tiveram dificuldade para
acompanhar essa velocidade. Mas aquele ritmo foi muito próprio do momento de
grande crescimento do Fundeb, que não irá se repetir neste ano", disse
Mercadante.
Não
é a primeira vez que governadores recorrem ao STF questionando a lei do piso.
Em 2008, logo que o projeto foi sancionado, alguns estados moveram uma ação
contestando diversos conceitos da lei, entre eles o de que o piso deve ser
considerado como remuneração inicial e não total. A ação começou a ser julgada em
2008, mas a análise só foi concluída em 2011. O entendimento dos ministros foi
que gratificações, bônus e outros acréscimos não poderiam ser considerados na
conta do valor mínimo a ser pago.
Mercadante
disse que os governadores têm liberdade para entrar com a ação e que respeita a
decisão. A princípio, não haverá movimentação por parte do MEC para tentar
convencer os governadores contra a ação. "Se eles quisessem a opinião do
MEC eles tinham perguntado antes e não o fizeram. Nós respeitamos a decisão deles,
mas o MEC tem uma posição clara sobre isso. Achamos que o melhor caminho é
buscar uma solução pactuada, era isso que estávamos discutindo", disse.
Fonte:
Agência Brasil
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