A notícia de que o Ministério Público Eleitoral entrou com seis pedidos
de cassação contra a prefeita eleita de Mossoró Cláudia Regina, e contra o seu
vice Wellington Filho (PMDB), dos quais três são por compra de votos é muito
grave, até porque o MPE cita também a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), num
dos processos pelo uso da máquina do governo em prol de sua candidata.
Não custa
lembrar o Caixa 2 do DEM na eleição passada para governador amplamente
divulgado pelo jornalista Daniel Dantas Lemos, em seu blog, De Olho no
Discurso, e que até hoje não se sabe que fim levou. Neste caso, nas
interceptações telefônicas realizadas pelo Ministério Público Estadual ficou
claro a participação do hoje chefe de Gabinete do governo do Rio Grande do
Norte, Carlos Augusto Rosado, marido da governadora.
Já disse
algumas vezes, mas não custa repetir. O Brasil está mudando e a classe política
precisa e deve acompanhar estas mudanças. A lei do Ficha Limpa, uma iniciativa
popular aprovada pelo Congresso Nacional está aí pra isso. Não é dizer apenas
que é ficha limpa. Tem que parecer ficha limpa.
A
sociedade não suporta mais a sujeira política que alguns insistem em empurrar
pra debaixo do tapete. Compra de voto e uso da máquina é crime e como tal o
político que faz isso tem que ser punido. Se ficar mesmo provado que a eleição
de Cláudia Regina foi feita sob o uso escuso da compra de voto e da máquina
administrativa tanto da prefeitura de Mossoró quanto do governo estadual, é
certo que ela não será diplomada. Que sirva de lição para outros pleitos que
virão por aí.
O
político tem que aprender que o voto do eleitor é soberano e que ninguém tem o
direito de comprar. Eleição se ganha pela vontade popular. O coronelismo acabou
faz tempo no Nordeste, mas parece que alguns políticos não se deram conta
disso. Acham que com qualquer feirinha podem comprar o voto. Até “podem”, mas
só que agora o Ministério Público Eleitoral está atento.
Infelizmente
a semana passada encerrou com a classe política do Rio Grande do Norte debaixo
de respingos de lama. Primeiro foi o afastamento da prefeita de Natal Micarla
de Sousa (PV) do cargo pela Justiça. Micarla é acusada pelo Ministério Público
Estadual de envolvimento da Operação Assepsia. Depois a informação de que o
Ministério Público Eleitoral está pedindo a cassação da diplomação da prefeita
eleita de Mossoró Cláudia Regina.
Como se
observa, as manchetes não são nada boas para a classe política papa-jerimum. A
prefeita da capital deixou o poder de forma melancólica e a futura prefeita da
segunda maior cidade do estado corre o risco de não ser empossada.
Nominuto.com
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