Uma intervenção realizada na manhã do domingo
passado, 28, na Cracolândia, região central de São Paulo conhecida pela intensa
concentração de usuários de crack, com o fim de extinguir o local, reascendeu a
discussão em torno da utilização da droga. A problemática não é exclusiva da
capital do estado paulista. No Rio Grande do Norte, a situação também preocupa.
Um levantamento da Confederação Nacional de
Municípios (CNM) mostrou que quase 30 cidades potiguares declararam ter nível
alto de problemas com o entorpecente. O Mapa do Crack, ferramenta do
Observatório do Crack da CNM, dá conta de uma interiorização da droga pelo
país, ao revelar que o entorpecente está cada vez mais presente nas pequenas
cidades e zonas rurais do Brasil.
A ferramenta traz um retrato de como o crack
está afetando os municípios brasileiros e as principais regiões atingidas. O
Rio Grande do Norte aparece com 28 municípios com nível alto de problemas com a
droga. Outros 53 figuram com nível médio e 42 com baixo. Já 36 cidades
potiguares são listadas como “sem resposta” e oito “sem problemas”, dentro de
um total de 166 municípios.
No Mapa, Mossoró é relacionada com nível alto
de problemas relacionados ao consumo de crack. O levantamento aponta, também,
que em todo o país, 1.154 municípios figuram na mesma situação da cidade
potiguar, enquanto que outros 2.018 municípios brasileiros aparecem com nível
médio e 1.200 com baixo. Ainda dentro dos 5.568 municípios do país, 945 figuram
como sem resposta e 252 sem problemas.
No estado vizinho ao RN, o Ceará, são 32
municípios com nível alto de problemas com a droga. Os dados da pesquisa são
atribuídos às próprias prefeituras a partir do ano de 2010. Em dados absolutos,
o estado de São Paulo é o que reúne o maior número de cidades com graves
problemas gerados pela presença do crack.
São 193, pouco menos de um terço dos 644
municípios paulistas. Minas Gerais ocupa a segunda colocação, com 191
municípios nesta situação, de um total de 852. As informações coletadas pelo
Observatório do Crack tratam-se apenas de um mapeamento da circulação da droga
e das dificuldades enfrentadas pelos gestores. Elas não mensuram, por exemplo,
quantos usuários existem nessas cidades nem quantos são atendidos.
Criado em 2010 para atender as demandas
municipais, o Observatório do Crack é uma iniciativa da Confederação Nacional
de Municípios (CNM) que tem como objetivo disponibilizar informações sobre a
circulação e o consumo de drogas no Brasil.
REINSERIR
A Confederação Nacional de Municípios entende
a complexidade do tema e, por esse motivo, defende uma abordagem integrada no
trabalho das redes de apoio ao usuário de drogas. Em 2015, a Confederação
lançou o projeto Reinserir, que tem o objetivo de auxiliar os Municípios a
atuar em conjunto, utilizando as ferramentas que dispõem, para uma resposta
positiva sobre a temática da droga.
Em 2017, o projeto segue para o seu terceiro
e último ano. Nessa fase, o foco está na preparação de seminários locais e
regionais e apresentação dos resultados. O projeto Reinserir acontece na 4.ª
região geoadministrativa da Paraíba, composta por 12 municípios. Contudo,
outras duas cidades – Olivedos (PB) e Carnaúba dos Dantas (RN) – manifestaram
interesse e foram incorporadas ao projeto.
Jornal de Fato
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