Previsão é para os meses de março a maio.
Seca já é a mais longa da história do estado; 18 municípios estão sem água.
A Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN
(Emparn) divulgou nesta terça-feira (21) o resultado da Reunião de Análise e
Previsão Climática para a Região Nordeste do Brasil para os próximos três
meses. De acordo com o Gerente de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, “a
média de chuvas no semiárido deve girar em torno de 500mm, o que não será
suficiente para encher os grandes reservatórios, mas garante uma boa recarga de
água nas pequenas bacias”.
No mapa apresentado na reunião, o Rio Grande
do Norte aparece quase completamente na área verde, que significa chuvas
“próximas a normalidade climatológica”. Segundo a Emparn, a previsão é feita
com base em relatórios de instituições como a Fundação Cearense de Meteorologia
e Recursos Hídricos (Funceme), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Na análise das condições oceânicas e
atmosféricas, os meteorologistas concluíram que um fenômeno que influencia as
chuvas, o La Niña, pode "perder forças" no período estudado, o que
contribui para a normalidade das chuvas. “O enfraquecimento do Fenômeno La Niña
ocorreu de acordo com os resultados dos modelos de previsão de anomalia de TSM,
e a condição de neutralidade deverá prevalecer no Oceano Pacifico equatorial
nos meses de março, abril e maio”.
Destacaram também que “no Oceano Atlântico,
as águas estão mais aquecidas do que o normal em toda a bacia tropical”, o que
significa que as áreas mais ao norte da região serão beneficiadas com as chuvas
e as mais ao sul da região serão pouco influenciadas pelas chuvas deste sistema
meteorológico.
No mês de março a reunião dos especialistas
acontecerá em Pernambuco, quando será divulgado o prognóstico para a quadra
chuvosa de abril a junho para o Nordeste.
Secas no Nordeste
Os primeiros registros de seca no Nordeste
datam de 1583, algumas décadas depois que os portugueses começaram a conquistar
o Brasil. Ao longo da história, os ciclos de estiagem se repetiram; o
coordenador do Inmet, Expedito Rebello, destaca o período de 1776 a 1778,
quando boa parte do gado morreu por causa da seca.
Segundo Expedito, a primeira ação
governamental para tentar mitigar o problema da seca foi em 1877, com o
incentivo à construção de cacimbas. Em 1909, o governo federal criou o
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e o Inmet. Desde os anos
40, a estratégia do poder público é investir na construção de reservatórios.
Colapso hídrico no RN
O Rio Grande do Norte passa atualmente pela
mais longa e severa estiagem da história do estado. Dos 167 municípios do
estado, 153 estão em situação de emergência. De acordo com dados da Companhia
de Águas e Esgotos do estado (Caern), o abastecimento foi cortado em 18
cidades. Em outras 76, sistemas de rodízio foram adotados.
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