Para o Papa Francisco, a injustiça é um mal
que fere cotidianamente a humanidade
Na primeira celebração de 2016, o papa
Francisco pediu o fim da indiferença na humanidade e lembrou que hoje, 1° de janeiro, é o
Dia Mundial da Paz. Segundo Francisco, apenas a misericórdia – tema do Jubileu
católico – pode "regenerar” o homem para que “ele vença a indiferença que
impede a solidariedade e que saia da falsa neutralidade que cria obstáculos que
impedem a partilha”.
Durante a homilia, Francisco retomou um dos
temas de que mais falou em 2015 e ressaltou que “as múltiplas formas de
injustiça e de violência ferem cotidianamente a humanidade”.
“Às vezes, nos perguntamos: como é possível
que perdure a opressão sobre o homem? Que a arrogância continue a humilhar os
mais fracos, deixando-os às margens mais abandonadas do nosso mundo? Até quando
a maldade humana semeará sobre a terra a violência e o ódio, provocando vítimas
inocentes?”, refletiu o líder católico.
Ao falar sobre imigrantes, o papa questionou:
“Como pode haver plenitude em um tempo em que se coloca, diante de nossos
olhos, multidões de homens, mulheres e crianças que fogem da guerra, da fome,
da perseguição, dispostos a arriscar a sua vida para ver respeitados os seus
direitos fundamentais?”
Segundo Francisco, “um rio de miséria,
alimentado pelo pecado, parece contradizer a plenitude do tempo idealizada por
Cristo”. No entanto, nas palavras do papa, “esse rio nada pode contra o oceano
de misericórdia que inunda o nosso mundo”.
Francisco lembrou o Dia Mundial da Paz e
destacou a importância de desejar o bem para os outros durante o primeiro dia
de um novo ano.
“No início do ano, é bonito trocar saudações.
Renovamos assim de um para outro o desejo de que aquele que começa seja um
pouco melhor. No fundo, é um sinal de esperança que nos anima e nos convida a
acreditar na vida. Mas, sabemos que, com o ano novo, não mudará tudo e muitos
problemas de ontem permanecerão amanhã”, disse o líder católico, pedindo para que
os fiéis acreditem em Deus como forma de mudar o futuro.
“O Pai é um apaixonado pelo homem que não se
cansa jamais de recomeçar conosco para nos renovar. Mas Ele não promete
mudanças mágicas porque Ele não usa uma varinha mágica. Ele ama mudar a
realidade por dentro, com paciência e amor. Pede para entrar na nossa vida com
delicadeza, como a chuva na terra, para criar frutos. E sempre nos espera com
tenacidade”, concluiu.
Na tarde desta sexta-feira, o papa abrirá a
Porta Santa da Basílica de Santa Maggiore, em mais uma etapa do Ano Santo
Extraordinário.
Da Agência Ansa
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