O governador Robinson Faria (PSD) disse que
não é desejo seu fechar o Hospital da Mulher de Mossoró. Foi em 2015, no
momento em que haviam sinais de esvaziamento da unidade de saúde materno
infantil, denunciados pelos setores da imprensa.
A palavra do governador, porém, está sendo
desafiada pelo secretário de Saúde Pública do Estado, médico Ricardo Lagreca,
que tem sido acusado de comandar o sucateamento do hospital para justificar o
fechamento.
A denúncia parte de médicos do corpo clínico,
indignados com o que está acontecendo naquela unidade de saúde. Segundo relato
que chegou à coluna, a Secretaria de Saúde deixou de fazer manutenção nos
equipamentos, provocando problemas de toda a ordem. Por consequência, dos nove
leitos da UTI adulto, apenas dois estão funcionando. Os outros sete estão
impossibilitados pela fragilidade dos equipamentos e a falta de manutenção.
O relato também aponta que médicos pediatras
estão arcando do próprio bolso despesas com compra de materiais diversos para
evitar a paralisação no atendimento. Na lista de compra dos profissionais estão
fita de HGT, cabo de oxímetro, lâmina de laringo e válvulas para respiradores
mecânicos. São materiais necessários para manter em funcionamento os leitos de
UTI neonatal.
Se é verdade, e é, o governador Robinson tem
a obrigação de assumir de público o que o seu governo pretende fazer com o
Hospital da Mulher. Se mantém a palavra de não fechá-lo, que anuncie medidas e
investimentos urgentes para salvar a unidade. Do contrário, diga aos
mossoroenses por que o hospital deve ser fechado.
Há uma linha de desconfiança que aponta para
um processo de esvaziamento do Hospital da Mulher para transferir os recursos
de saúde para o complexo Apamim, onde existe a Maternidade Almeida Castro sem
estrutura para atender a demanda de Mossoró e região.
Deve ser dito, e lembrado, que o Hospital da
Mulher foi instalado há quatro anos em virtude das limitações da Almeida
Castro. Na época, mulheres gestantes eram transferidas para cidades do vizinho
Ceará em situação abaixo da condição humana, sob risco de morte, num cenário de
completa agressão à vida da gestante e do bebê.
Se o governo fechar o Hospital da Mulher,
limitando a assistência à Maternidade Almeida Castro, aquele cenário voltará,
sem nenhuma dúvida.
Então, o governador precisa assumir a sua
responsabilidade, não permitindo que um
equipamento da importância do Hospital da Mulher seja fechado em nome de
interesses outros.
Blog do César Santos
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