Apesar dos sinais de enfraquecimento do
fenômeno ‘El Niño’, responsável pela ocorrência de secas no semiárido
nordestino, análise de outros fatores observados pelos meteorologistas sinaliza
que os primeiros 60 dias da quadra chuvosa do sertão do Rio
Grande do Norte, que vai de fevereiro a maio de 2016, serão de chuvas abaixo do
normal. O prognóstico preliminar é dos meteorologistas que participam, em
Fortaleza, do 18º Workshop Internacional de Avaliação Climática para o
Semiárido Nordestino.
O relatório final sobre as primeiras
previsões do período invernoso será divulgado na manhã de hoje, no Palácio da
Abolição, sede do governo do Ceará, mas os meteorologistas já anunciaram, ontem
à tarde, que diante da persistência do El Niño no Oceano Pacífico e um Oceano
Atlântico indefinido, a tendência é de que o início do período chuvoso
(fevereiro e março de 2016) será de chuvas abaixo do normal, “devendo melhorar
durante o mês de abril devido ao enfraquecimento do Elo Niño”.
Já o gerente de Meteorologia da Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bristot, lembrou
que os meses mais chuvosos no Rio Grande do Norte são justamente março e abril.
Gilmar Bristot participa da reunião de trabalho dos meteorologistas em
Fortaleza e disse que por conta do Carnaval entre a primeira e segunda quinzena
de fevereiro, a segunda reunião climática prevista para Natal, só deve ocorrer
na segunda quinzena do próximo mês.
De acordo com os meteorologistas, o
comportamento das últimas semanas mostra que o fenômeno El Niño (fator que tem
dominado as previsões climáticas nos últimos meses) está diminuindo de
intensidade. A previsão para os próximos meses mostra essa tendência de
enfraquecimento, devendo estar com
anomalia em torno de 1,5º entre março e abril de 2016, e em condição
neutra a partir de junho deste ano.
Além do El Niño, os parâmetros climáticos que
influenciam diretamente na ocorrência de chuvas na região Nordeste são ligados
aos Oceanos Pacífico e Atlântico. Variáveis como a temperatura superficial,
vento e pressão atmosférica sobre os oceanos têm forte correlação com as chuvas
que ocorrem durante os meses de fevereiro a maio e o seu monitoramento
possibilita a elaboração de prognósticos mais confiáveis em relação a
ocorrência de chuva, inclusive quanto a sua distribuição temporal e espacial.
Os meteorologistas avalariam que a situação
atual do Atlântico é indefinida, mesmo tendo apresentado um leve aquecimento no
sul e um leve resfriamento no norte. Para que chova com maior intensidade, é necessário que nos meses de fevereiro a maio
as águas do Atlântico Sul estejam mais quentes do que as águas do Atlântico
Norte.
Tribuna do Norte
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