Segundo dados compilados e divulgados pelo
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Rio Grande do Norte teve taxa de 56,9
pessoas assassinadas a cada 100 mil habitantes, ficando atrás apenas de
Sergipe, com taxa de 64 mortes a cada 100 mil habitantes
O Rio Grande do Norte teve a segunda maior
taxa de homicídios em 2016, segundo dados compilados e divulgados na manhã
desta segunda-feira (30) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram 56,9
pessoas assassinadas a cada 100 mil habitantes no RN, ficando através apenas do
Estado de Sergipe, que teve uma taxa de 64 mortes a cada 100 mil habitantes.
Na terceira posição, outro estado nordestino,
Alagoas, com taxa de 55,9, assassinatos
Brasil registrou 61.619 mortes violentas em
2016, o maior número de homicídios da história. Foram sete pessoas assassinadas
por hora no ano passado, aumento de 3,8% em relação a 2015. A taxa de homicídios
para cada 100 mil habitantes ficou em 29,9 no país.
Os mais de 61,5 mil assassinatos cometidos em
2016 no Brasil equivalem, em números, às mortes provocadas pela explosão da
bomba nuclear que dizimou a cidade de Nagasaki no Japão, em 1945, durante a
Segunda Guerra Mundial.
As capitais com maiores taxas de assassinatos
por 100 mil habitantes são Aracaju, com 66,7, Belém, 64, e Porto Alegre, 64,1.
Apesar disso, os governos gastaram 2,6% a
menos com políticas públicas de segurança pública em 2016: 81 milhões. A maior
redução observada foi nos gastos do governo federal: 10,3%.
“Queda dos gastos chama atenção. Passa a
impressão de que o emprego da força nacional é hoje a única estratégia do
governo federal na área da segurança. Tem mais efeito midiático do que prático,
diz Arthur Trindade, integrante do Fórum, em entrevista ao portal de notícias
G1.
Violência policial
A letalidade das polícias nos estados
brasileiros aumentou 25,8% em relação a 2015: 4.224 pessoas foram mortas em
decorrências de intervenções de policiais Civis e Militares.
Quase a totalidade das vítimas é homem,
99,3%, jovem, 81,8% têm entre 12 e 29 anos, e negra, 76,2%.
O número de policiais mortos também aumentou
17,5% em relação a 2015: 437 policiais civis e militares foram vítimas de
homicídio em 2016. A maioria das vítimas também é negra: 56% contra 43% de
brancos e, em 32,7% dos casos, têm de 40 a 49 anos.
Latrocínios
De acordo com o diretor do Fórum Brasileiro
de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, os números de latrocínios
cometidos no país são “no mínimo, obscenos”
Os latrocínios, que são o roubo seguido de
morte, totalizaram 2.703 ocorrências em 2016, um crescimento de 50% em
comparação com 2010. As maiores taxas estão em Goiás, com 2,8 mortes por 100
mil habitantes, e dois estados da região Norte, o Pará e o Amapá.
“A violência se espraiou para todos os
estados. Não é exclusividade só de um, apesar de haver uma vítima
preferencial”, diz Lima
Estupros e feminicídios
O número de estupros cresceu 3,5% no país e
chegou a 49.497 ocorrências em 2016. No ano passado, uma mulher foi assassinada
a cada duas horas no Brasil, totalizando 4.657 mulheres. Mas apenas 533 casos
foram classificados como feminícidios, mesmo após lei de 2015 obrigar registrar
mortes de mulheres dentro de suas casas, com violência doméstica e por
motivação de gênero.
“Primeira vez que conseguimos computar os
dados de mortes por sexo. Piauí registrou 58% das mortes de mulheres como
feminicídio, que é a estatística esperada pelos especialistas”, diz Samira
Bueno, diretora-executiva do Fórum.
* Com as informações do G1
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