Empresa traz Marina Ruy Barbosa como garota
propaganda do novo produto que criou conflito nas redes sociais
Você não está dentro de um episódio de Black
Mirror, o papel higiênico preto é uma realidade! A novidade, um tanto quanto
inusitada tomou conta das redes sociais na tarde da segunda-feira (23) e deixou
os internautas com uma pulga atrás da orelha, afinal qual a necessidade de um
papel higiênico preto e qual a ligação de Marina Ruy Barbosa com o produto?
Batizada de 'Personal Vip Black', o produto
faz parte de uma nova linha da marca Personal, pertencente à empresa Santher -
Fábrica de Papel Santa Therezinha S/A. O produto promete trazer sofisticação e
elegância para os lares brasileiros, segundo a líder de marketing da empresa,
Lucia Rezende.
Esta seria a justificativa para a escolha da
cor preta estampada no produto utilizado para higiene pessoal. “O preto é
lindo. A cor sempre foi considerada ícone de estilo e refinamento nos universos
de luxo e da moda. Agora, Personal Vip Black traz este conceito também para a
decoração e nossa campanha reflete essa integração entre a cor e a
sofisticação”, diz Lucia.
Já a escolha de Marina Ruy Barbosa como uma
das embaixadoras da marca na divulgação do novo produto tem a ver com a sua
elegância e requinte. "Ela representa a essência deste lançamento, um
papel higiênico criado para mostrar que bom gosto e requinte podem estar
presentes em todos os momentos do dia a dia das famílias", justificou em
nota.
A atriz não conseguiu escapar das piadas nas
redes sociais ao ter seu nome associado ao produto. "A Marina Ruy Barbosa
fazendo a campanha do papel higiênico preto e nossa própria Marilyn na
propaganda do Chanel Nº 5", escreveu um internauta. "Marina ruy
barbosa fazendo propaganda de papel higiênico preto prova q os boleto chega pra
todo mundo e temos q pegar cada freela q senhor", brincou outro.
Polêmica
Após uma forte campanha de divulgação, a
empresa Santher sofreu críticas nas redes sociais por usar a hashtag
#BlackIsBeautiful como uma das formas de promoção do novo produto. Internautas
acusaram maca de papel higiênico de se apropriarem de uma expressão do
movimento negro na luta e resistência em busca dos direitos civis nos anos 60.
Criada nos Estados Unidos, a frase serviu como forma de enaltecer a cultura e
características físicas dos negros que sofreram com o preconceito e o
silenciamento.
Uma das críticas que tomaram forma na web
partiu do escritor Anderson França, que em seu perfil no Facebook apontou o
caso como um dos ataques racistas mais graves praticados por uma empresa brasileira.
"Numa atitude racista e irresponsável, consciente e deliberada, (a
Santher) decidiu que essa expressão deve remeter a papel higiênico, cuja função
qualquer pessoa conhece", comenta o escritor que reúne mais de 1,5 mil
curtidas em seu post.
No Twitter, o uso da hashtag também foi
reprovado. "No close errado de hoje, marca famosa usa o nome de movimento
contra o Racismo para promover uma marca de papel higiênico", comentou um
internauta. "Mano!!! O problema não é o papel higiênico ser preto ou botar
uma ruiva pra fazer propaganda! O erro é o uso da tag", disse outro.
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