Henrique terá a oportunidade de se defender
das acusações que pairam sobre ele na operação Sépsis, um dos desdobramentos da
Lava Jato, que apura fraudes na Caixa Econômica
Recolhido há mais de quatro meses na Academia
de Polícia Militar, em Natal, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB)
prestará depoimento nesta terça-feira, 24, ao juiz Vallisney Oliveira, da 10ª
Vara da Justiça Federal de Brasília. Os esclarecimentos vão acontecer por meio
de videoconferência realizada na 14ª Vara Federal potiguar.
Henrique terá a oportunidade de se defender
das acusações que pairam sobre ele na operação Sépsis, um dos desdobramentos da
Lava Jato. Neste processo, o ex-ministro foi denunciado pela suposta prática
dos crimes de corrupção passiva, prevaricação, lavagem de dinheiro e ocultação
de bens.
De acordo com o Ministério Público Federal
(MPF), o peemedebista teria se associado ao ex-deputado federal Eduardo Cunha
(PMDB-RJ); a Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal; ao
doleiro Lúcio Funaro; e ao seu sócio Alexandre Margotto com o objetivo de obter
vantagens indevidas na concessão a empresas de recursos oriundos do FI-FGTS.
Em depoimento aos investigadores, Cleto
narrou que as irregularidades teriam ocorrido entre 2011 e 2015. Nesse período,
segundo o ex-diretor, Cunha ficava com 80% da propina desviada do fundo, Funaro
com 12%, Cleto com 4% e Margotto, com outros 4%.
Além de participar da indicação de Cleto à
Caixa, Henrique Alves, segundo a denúncia, também teria sido beneficiado com
repasses depositados na Suíça sem declaração às autoridades brasileiras.
Segundo o MPF, neste esquema criminoso que
teria se instalado na Caixa, Henrique Alves teria recebido, entre outros
recursos, R$ 52 milhões referentes à cobrança de propina das empresas Carioca Engenharia,
OAS e Odebrecht, construtoras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. O projeto
envolveu um investimento de R$ 3,5 bilhões, dinheiro este liberado pela Caixa.
Henrique foi detido em Natal no dia 6 de
junho por força de dois mandados de prisão preventiva, um expedido pela 10ª
Vara Federal de Brasília, na operação Sépsis, e outro pela 14ª Vara Federal do
Rio Grande do Norte, que comanda a operação Manus.
Neste último caso, Henrique foi denunciado
por supostamente ter cometido os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro
durante a construção da Arena das Dunas, em Natal. A Polícia Federal estima um
superfaturamento de R$ 77 milhões. Segundo o MPF, o ex-ministro e o ex-deputado
Eduardo Cunha teriam solicitado e aceitado propinas da ordem de R$ 11,5 milhões,
disfarçadas de doações oficiais ao PMDB, em troca de favorecer as construtoras
em contratos públicos.
Agora RN
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