O presidente Michel Temer assinou ontem (16)
decreto que reconhece o setor supermercadista como atividade essencial da
economia. Com o novo status, o setor passa a ter segurança jurídica para
contratar seus funcionários e negociar com prefeituras e sindicatos a abertura
dos estabelecimentos aos domingos e feriados, em todo o Brasil.
“Nós estamos modernizando [a legislação], não
só em favor dos empresários, mas do povo brasileiro, que quer ir ao supermercado
no feriado e nos fins de semana”, disse Temer.
Para Temer, os atos e reformas do governo
federal estão modernizando o ambiente econômico e produtivo para o país voltar
a crescer. “E o comércio varejista nos dá uma medida clara de como anda a
economia, porque o varejo é o último elo de uma cadeia de produção e
distribuição. Do varejo, vai para o cidadão, e os números do setor são
expressivos”, disse o presidente.
Ele ressaltou que o comércio varejista teve o
terceiro mês consecutivo de aumento. “Significa que as pessoas voltaram a
consumir, sinal de que a economia se recupera e volta a gerar empregos.”
Segundo o Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços, a mudança da norma atende a uma solicitação feita no ano
passado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e é um pleito
antigo do setor varejista. Para o ministério, a alteração na legislação melhora
o ambiente de negócios, dá mais competitividade ao segmento, permite o
crescimento das empresas e, consequentemente, a geração de emprego.
A legislação que reconhece as atividades
essenciais da economia brasileira, o Decreto nº 27.048, de 1949, não menciona
expressamente supermercados em seu anexo, apenas pequenos mercados, como
peixarias e padarias. “Todas essas atividades foram incorporadas ao sistema dos
supermercados. E o fato de não estarem inseridos no rol de atividades essenciais
fazia com que houvesse uma necessidade de negociação para que pudesse exercer
sua atividade em domingos, feriados e horários especiais”, disse o secretário
de Comércio e Serviços do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
Serviços, Marcelo Maia.
O secretário explicou que os municípios têm
autonomia para legislar e que o funcionamento do varejo está sujeito a
negociações, mas agora isso passa a ser legalizado automaticamente. “O decreto
evita questionamento na justiça depois. Dá segurança ao supermercadista de
poder contratar seu funcionário e alocá-lo para trabalhar em domingos e
feriados”, disse Maia. Ele acrescentou que as normas de remuneração dos
funcionários seguem a legislação trabalhista.
De acordo com dados da Abras, os
supermercados representam 83,7% da comercialização de produtos de primeira
necessidade. Para o presidente da entidade, João Sanzovo, o decreto faz justiça
ao setor supermercadista. “Desde seu surgimento em 1953, o setor evoluiu, mas a
legislação não acompanhou essa evolução. Agora seremos reconhecidos como
atividade essencial que somos. O decreto está fazendo justiça para os
consumidores que precisam se abastecer nos feriados e domingos e tínhamos
muitos obstáculos para satisfazer a demanda em alguns lugares do país”, disse.
Conforme dados do setor, existem cerca de 89
mil supermercados no Brasil, que empregam mais de 1,8 milhão de pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário