Governador disse que prova de que não
negociou são os ataques e incêndios que Natal e cidades do interior vêm
sofrendo nas últimas horas.
O governador Robinson Faria (PSD) confirmou
que não autorizou qualquer negociação com os presos da facções do PCC e do
Sindicato do Crime, que neste momento estão lutando entre si em Alcaçuz.
Robinson deu os ataques e incêndios que Natal e cidades potiguares vêm sofrendo
nas últimas horas como prova de que o Sindicato do Crime está lhe retaliando
justamente por não negociar com eles.
“Eu tomei decisões para não nos rendermos às
ameaças das facções. O PCC me ameaçou. Disse que se eu deslocasse os seis
líderes do grupo, tocariam fogo na cidade, mas eu não recuei. O Sindicato disse
que se eu fizesse a separação, eles iriam retaliar e eu não aceitei isso; fiz a
separação, desloquei líderes do grupo para outros presídios. A prova de que eu
não negociei com eles esta aí, saíram colocando fogo na cidade. Eu não negocio
e vou demitir qualquer secretário meu que negociar com eles; isso seria me
contrariar”, afirmou, em entrevista concedida a Globonews.
Ele ainda explicou sua declaração anterior,
quando havia dito à imprensa que a situação em Alcaçuz estava sob controle,
logo antes dos conflitos se consolidarem. “Eu não errei em nenhuma resposta na
entrevista que dei. Naquele momento, dentro da crise que estamos vivendo,
estávamos sob controles. Eu quis dizer que havia parado a rebelião, não havia
mais brigas entre facções… Não era exatamente um momento de paz, mas de um
certo controle das forças policiais estaduais”, disse.
Robinson também justificou porque as forças
policiais não agiram de imediato quando a rebelião começou em Alcaçuz. “No
sábado, quando começou a rebelião, cortaram a energia de Alcaçuz. Os presos
estavam armados; como as armas chegaram lá? Tem que ser investigado. Se foram
agentes ou policiais que facilitaram ou fizeram concessão ao membro do PCC,
temos que ver. O integrante do PCC ficava numa ala de segurança máxima, mas ele
conseguiu inexplicavelmente sair de sua ala para enfrentar o Sindicato. Naquela
ocasião era de noite e se eu ordenasse a polícia entrar, poderia ser um
‘Carandiru 2’. A polícia ia entrar no escuro e encontrar membros do PCC
armados, violentos que deceparam cabeças – uma coisa medieval que nunca vi
antes. Esperamos deixar o dia amanhecer, a polícia entrou e conseguiu
pacificar”, concluiu.
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