Caso aconteceu em Curitiba em fevereiro, mas
punição só saiu neste mês. Pela transgressão, a soldado Lilian Villas Boas pode
ficar oito dias detida.
O comando do 7º Grupamento do Corpo de
Bombeiros do Paraná determinou que a soldado Lilian Villas Boas, de 32 anos,
seja presa por oito dias. O motivo é porque ela participou de um ensaio
fotográfico em fevereiro deste ano, para um projeto do fotógrafo Arnaldo
Belotto. Nas fotos sensuais, ela aparecia com parte dos seios à mostra.
Segundo Belotto, as fotos ficaram no site do
projeto por menos de 24 horas. "Uma delegada civil do Rio de Janeiro
acabou printando as fotos e enviando ao comandante aqui em Curitiba",
conta. Desde então, Lilian começou a receber pressão dos comandantes para que
as imagens fossem retiradas do ar.
A bombeira participou do ensaio porque
algumas amigas dela também já tinham feito fotografias para o projeto de
Belotto, que de acordo com ele, tem o objetivo de exaltar o empoderamento
feminino e a beleza das mulheres, sem o uso de técnicas de manipulação de imagem.
Mas a pressão sofrida por Lilian continuou, mesmo após a retirada das fotos do
site. "Já fui prestar duas vezes depoimento no quartel", diz o
fotógrafo.
Lilian ainda teve que responder pelo processo
disciplinar. Segundo a nota de punição publicada em um boletim interno do 7º
Grupamento, a punição foi por ela ter exposto "a intimidade e privacidade
de seu corpo". A falta foi considerada média pelos superiores, culminando
na pena dos oito dias de prisão. O documento é assinado pela tenente Giselle
Machado, que é comandante do grupamento.
O G1 tentou contato com Lilian, mas ela
preferiu não se manifestar a respeito. Disse apenas que recorreu da sentença e
que a pena ainda não foi cumprida.
Em nota, a Polícia Militar do Paraná informou
que não pode se manifestar sobre o caso, pois a bombeira ainda poderá recorrer
à corporação para mudar a sanção que recebeu.
Leia a nota da Polícia Militar na íntegra:
O
exercício do poder disciplinar da origem e da solução final do procedimento em
relação à bombeira citada se deu no âmbito do 7º Grupamento do Bombeiro, por
isso o Comando do Corpo de Bombeiros e o Comando Geral da Polícia Militar do
Paraná, se instados em grau de recurso farão a reavaliação sob todas as óticas,
seja dos fundamentos da punição ou em relação às suas circunstâncias e
dosimetria da pena.
Tanto
o Comando do Corpo de Bombeiros quanto o Comando Geral da Polícia Militar do
Paraná não podem emitir juízo de valor prévio, pois em algum momento podem ser
provocados em grau de recurso.
G1PR
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