Em
Natal, candidato do PSB à Presidência da República diz que sociedade brasileira
não quer o governo Dilma e fala avançar o País através de políticas
educacionais.
O
candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, criticou nesta
sexta-feira (11) em Natal o governo da presidente Dilma Rousseff e apresentou
propostas centradas na educação e fomento da ciência e tecnologia como medidas
para reduzir a desigualdade social e alavancar o crescimento do Brasil.
Indagado
de como pretende se apresentar como oposição a um governo do qual fez parte, ele
explicou o seguinte: “Chegou um ponto que só cabia um caminho: o da decência.
Quando você discorda e o aliado não escuta, ou você fica submisso, ou sai pela
porta da frente. Jamais faltamos com respeito à presidente Dilma. Mas o governo
dela não é o governo que a sociedade brasileira quer. Tanto que ela é a
primeira presidente que vai entregar o Brasil pior do que recebeu”.
Ele
destacou ainda que rompeu com o governo do PT em um momento no qual a
presidente era apontada como franca favorita à reeleição, mas que a medida foi
necessária para que ele apresentasse uma proposta de mudança ao Brasil.
“Não
deixamos ela na rua, deixamos no palácio, no momento em que ela tinha muita
popularidade e que a imprensa dizia que ela venceria no primeiro turno.
Deixamos para exercer o direito democrático. Isso é a democracia. Temos o
direito de oferecer ao Brasil um caminho para o Brasil ser governado de outra
forma. É isso que eu e Marina temos feitos. Na véspera de convenção, você vê o
Brasil distribuindo ministérios com finalidade eleitoral… É contra isso que nós
nos levantamos. Às vezes para continuar sendo quem somos temos que ter a
coragem de mudar, e essa coragem nunca nos faltou”, disse o candidato do PSB.
Campos
realçou também que, em suas andanças pelo interior do Brasil, sobretudo no
Nordeste, ele tem colhido reclamações generalizadas sobre o atual governo.
“Você anda o Nordeste e vê uma reclamação só, de obras inacabadas, portos,
adutoras, transposição. Você conversa com o pessoal da agricultura familiar e
vê reclamação”.
Abaixo,
as declarações do candidato sobre os temas que lhe foram perguntados na
coletiva de imprensa concedida no fim da manhã:
Nordeste
O
Nordeste é onde nasci. Região que conheço como a palma de mão. Conheço o jeito
de nossa gente, os nossos sonhos. Causa muito incômodo as pessoas falarem do
Nordeste como um curral e uma urna. É assim que muitos políticos se referem à
gente.
Temos
talentos, talentos que pedem passagem. Marina e Eu vimos de um Brasil
esquecido. Queremos apresentar nossos compromissos. O Nordeste não quer
privilégios, quer oportunidade. O Nordeste quer escola integral. E quem está
falando isso é quem fez. Fiz isso em Pernambuco. Se foi possível fazer num
estado, podemos fazer numa nação. Podemos melhorar a segurança. Nós precisamos
que o governo federal ajude à política de segurança que dê certo.
Somos
28% da população. Somos 13,5 do PIB, mas somos 50% dos pobres. Com esses três
números você entende porque somos tão desequilibrados. Uma região como essa
apostou na presidenta, que não apostou na gente. Dilma tem uma campanha com
dois pilares: uma é o marketing, mas ela tem que vir para a realidade. O outro
pilar é a campanha da mentira: que se ela não ganhar vai acabar o Bolsa
Família.
Aliança com PMDB
Essa
é uma aliança local, como tantas outras que ocorreram Brasil afora. Queríamos a
candidatura da senadora Wilma para o governo, e nós ficamos sem aliança
nenhuma. Não tinha como viabilizar chapa proporcional.
E
há tempos que a situação do Estado vinha caindo em uma piora. Indicadores de
segurança, saúde, servidores públicos, somaram-se seca e estiagem. O PSB local
decidiu ir para a aliança que propõe reverter essa situação.
Essa
foi a decisão tomada, como tomamos a decisão nacional de fazer outra aliança.
Temos que saber respeitar as instâncias partidárias.
Marina
Marina
está nos ajudando nesse processo. Com os valores mais reclamados na vida
pública, que é ética, seriedade, capacidade de renovar a política. Estamos
andando o Brasil com essas propostas.
Outra
questão são os palanques regionais. A Rede é um partido, o PSB, outro. Se você
for ver as coligações regionais, vai ver que há diferenças. Respeitamos a
opinião da Rede. Estamos juntos em 15 estados, em outros estados estamos
separados. Isso está superado.
Ninguém
na rua me pergunta sobre palanques. A pergunta que me fazem é como conter a
insegurança, combater a dependência química. É essa a pergunta que me fazem.
Desigualdade
social
Não
há caminho para reduzir a desigualdade com o crescimento de um por cento. Tem
estudos que indicam que o Nordeste precisa crescer em mais de 20 anos sempre
dois por cento acima da média nacional para reduzir a desigualdade.
Precisamos
focar em grupos sociais em situação de vulnerabilidade. Isso passa por
educação, ciência e tecnologia, para aumentar a renda no campo. Fazer com que
favelas sejam transformadas em bairros. Políticas para grupos sociais
discriminados.
Esse
conjunto de políticas e valores representam uma visão de governo para vencer a
desigualdade, mas isso não pode ser feito se Brasília não nos enxerga. Não pode
ser feito se predomina a velha política.
Do Portal No Ar
Nenhum comentário:
Postar um comentário